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Finalmente, BR364 foi privatizada em Rondônia
Em leilão realizado em março último pelo governo federal, que afirma não ser adepto do liberalismo econômico, o trecho da rodovia BR364, com arredondados 706 quilômetros entre as cidades de Porto Velho e Vilhena, foi leiloado e concedido por 30 anos para gerenciamento pela iniciativa privada.
Para todos que saem do Acre em direção a Cuiabá e que por absoluta ausência de alternativa são obrigados a percorrer esse trajeto a privatização, por hora somente desse trecho da rodovia, mais parece um milagre.
Por mais de incompreensíveis 40 anos, desde que o agronegócio da soja e da carne de boi chegou aos níveis de participação expressiva na geração da riqueza nacional, representando quase 50% do PIB, uma quantidade inusitada de caminhões trafegam nesse trecho.
Com razão econômica mais que visível e que remonta o final do século passado, a privatização, ou desestatização como preferem alguns, da rodovia BR364 esbarrava em uma equivocada e superada articulação de políticos ultrapassados que usam a exigência dos inevitáveis pedágios para amedrontar a população.
Por mais que discursos inflamados contrários à privatização repitam a ladainha do custo representado pelos pedágios e sua possível influencia no preço pago pelo consumidor em Rondônia e no Acre, uma tolice totalmente fora da teoria econômica, o certo é que ninguém suportava as precárias condições de manutenção da estrada.
Por outro lado um dos argumentos mais simples para justificar a privatização remete à incapacidade operacional de todos os governos anteriores que cuidaram das rodovias federais e que, portanto, nomearam os gestores do DNIT, serem incompetentes para tapar buracos e pintar faixa de ultrapassagem, por exemplo.
Nunca, é nunca mesmo, houve um período consecutivo de, no mínimo, seis meses em que todo o trecho privatizado estivesse sem obras, plenamente concluído, em condições de uso e sem a ocorrência de congestionamentos.
Resumindo, uma quantidade absurda e inaceitável de acidentes decorrentes da péssima conservação da via forçariam a privatização se o objetivo final fosse somente o fim dos buracos.
Mas, por óbvio, o resultado da privatização será bem maior.
Tanto o pedágio quanto os serviços de manutenção da via representam um novo setor econômico no já elevado PIB estadual de Rondônia com a contratação de trabalhadores e a distribuição inevitável de renda e dividendos para a população.
Segundo os pressupostos da teoria econômica, que ajudam a entender a importância da cobrança dos pedágios para toda a sociedade e para a justiça social, somente os usuários tem obrigação de custear a manutenção da rodovia.
Nada mais grotesco, socialista e um tanto comunista que um cidadão que vive no interior de Pernambuco ser obrigado a contribuir, por meio do pagamento de impostos, com a remuneração dos trabalhadores do DNIT que tapam o buraco da rodovia em que o caminhão carregado se soja transita.
Claro que isso não é justo.
Usa quem paga e espera-se que o resultado final seja uma rodovia em perfeito estado de conservação. Sem buracos e com uma quantidade ideal de terceira faixa para o veículo de passeio conseguir ultrapassar o caminhão.
Espera-se mais, que não se repita o passado quando um governo incompetente, no período entre 2018-2022, não conservou nem privatizou uma rodovia com urgência de investimento.
O importante agora é que Rondônia terá uma rodovia de primeira qualidade e um novo e pujante setor econômico. Que chegue a vez do Acre!
Hidrelétrica na Amazônia deve ser prioridade na COP30
Além da manutenção de um estoque considerável de água no local, as hidrelétricas se revertem em alternativa econômica de elevada capilaridade junto a população, pelo uso econômico do lago.
Quem pode desconsiderar o significado, para um bioma que depende de umidade relativa elevada como a Amazônia, de um reservatório de água que pode contribuir para reduzir o período de seca e, o melhor, limitar o impacto das usuais e nefastas queimadas e até dos bem raros incêndios florestais?
[leia mais...]Metrópoles verticalizadas contribuem para reduzir temperatura do planeta
O planeta depende das metrópoles, que ao contrário do que pensam os preservacionistas, quanto maior melhor para reduzir o impacto das mudanças no clima e para a sustentabilidade ambiental, por concentrar em um mesmo espaço o máximo de gente e a enorme estrutura de concreto e asfalto que todos demandam.
[leia mais...]Desmatamento zero: o jeito mais barato para reduzir o calor no mundo
Essa conclusão não saiu da cabeça de algum ambientalista preservacionista ortodoxo ou da tese do próprio autor desse artigo que afirma nesse espaço, desde o final da década de 1990 do século passado, algo parecido, mas de José Alexandre Scheinkman, um dos nossos economistas de maior prestígio mundo afora, que afirma o seguinte:
“A moral da história é o seguinte: ainda que seja crucial reduzir as emissões de CO2, parar de desmatar e reflorestar é um caminho mais rápido, mais barato e mais viável de evitar o aquecimento global. Nisso, a preservação e a restauração da Amazônia brasileira é fundamental para o mundo”.
Mais claro impossível.
[leia mais...]Se for de carro, pule Mato Grosso
Veículo de passeio costuma ser perigosa exceção entre milhares de caminhões carregados de soja e alguns outros produtos do nosso competitivo e reconhecido agronegócio destinados à exportação e que geram quase a metade da riqueza, ou PIB, nacional.
Os caminhões, com dois vagões e mais de 25 metros de comprimento, realizam o percurso que vai da área de cultivo de grãos aos portos de embarque em Porto Velho ou no litoral do sudeste.
Rodam em média a 80 Km/h representando um desafio constante ao motorista do carro que roda a 110 Km/h para serem ultrapassados em uma malha viária com excesso absurdo de faixa contínua e que, ao mesmo tempo, não possui terceira faixa de ultrapassagem.
[leia mais...]COP30 e o Cluster Florestal da Amazônia
Na COP30 a vocação florestal da Amazônia deveria dominar a agenda do debate político de modo a questionar o fracassado modelo de desenvolvimento baseado na pecuária extensiva e propor algo novo, que aproxime a Amazônia do desmatamento zero.
Afinal, em uma rápida síntese, a ideia força pode ser descrita mais ou menos assim: se todas as propriedades rurais desse gigante país criam gado solto no pasto, não será ofertando o mesmo gado que a Amazônia atrairá investimento privado.
Por outro lado, uma vez que os produtos florestais são monopólio regional, como bem comprova os ciclos econômicos de maior riqueza na história da Amazônia, a biodiversidade florestal se mostra imprescindível para conquista de vantagem competitiva frente a outras regiões.
[leia mais...]Janeiro de 2025 foi o mais quente da história humana na Terra
Afinal de contas mantida a sequencia de meses mais quentes, o que por sinal fez de 2024 o ano em que a humanidade foi exposta a maior quantidade de calor de sua história, não há dúvida: no final de 2025, a COP30 vai acontecer em uma bolha de ar condicionado, sem vislumbrar alguma saída para o ar livre.
[leia mais...]COP30 discutirá formação do Cluster do Ecossistema na Amazônia
Na COP30 o desmatamento zero será defendido por 100% dos 198 países associados à Organização das Nações Unidas, nenhum apresentará alguma proposta de política pública diferente da fiscalização.
Um desafio enorme para a COP30 posto que há clara dificuldade aos países para aceitar a existência do desmatamento legalizado e maior ainda em acreditar que o estímulo a atividades produtivas mais rentáveis que a pecuária extensiva permitirá alcançar o desmatamento zero.
[leia mais...]Plantio de café em Reserva Extrativista e desmatamento zero da Amazônia
Extrapolando nos equívocos a reportagem sugeria também que o cultivo de café, uma espécie clonada e estranha ao bioma amazônico, inibiria o desmatamento. Algo inusitado posto que o café foi plantado onde antes havia uma floresta.
Reside nesse ponto, na competitividade da floresta, a razão pela qual as taxas de desmatamento persistem ano após ano na Amazônia.
Borracha deixou de ser um produto para se transformar em apelo social desde início do século atual e a castanha-da-Amazônia, a despeito de ser um produto altamente competitivo, ocorre somente em 20% do território do Acre.
[leia mais...]Inexplicável recorde de queimadas no Acre em janeiro de 2025
Dezembro e janeiro, quando comparado ao período dos três meses diabólicos das queimadas, em que há bastante floresta derrubada para queimar, seca ou pouca chuva e um calor insuportável (agosto, setembro e outubro) as condições climáticas são ruins para produtores, pequenos e grandes, que insistem na primitiva e nefasta prática agrícola da queimada.
O fato é que no cálculo da média mensal, em janeiro de 2025 no Acre ocorreram 35 queimadas, a maior quantidade em 28 anos mantendo a tendência observada no mês anterior, em dezembro de 2024.
Pode ser que o projeto de governo do agronegócio da pecuária extensiva não seja tão sustentável como faz parecer a comitiva acreana que participa de conferencias sobre mudanças climáticas da ONU.
[leia mais...]Após 10 anos, Acordo de Paris se consolidará na COP30
Contudo, terminado o século passado e ainda na primeira década do atual, os cientistas divulgaram uma série de estudos analisados pelo painel cientifico da ONU, conhecido por IPCC na sigla em inglês, comprovando e determinando com exatidão considerável as taxas de aumento anual da temperatura.
O sucesso do Acordo de Paris pode ser medido pela excelente estratégia de fazer com que cada um dos 197 países, que aprovaram o pacto, apresentasse metas de maneira voluntária, mas que, uma vez aprovadas na ONU, deveria ser honrada por obrigação até 2030.
Nós brasileiros, por exemplo, nos comprometemos a gerar mais energia elétrica com placas solares, cata-ventos e, por óbvio diante do potencial natural do país, construindo mais usinas hidrelétricas.
[leia mais...]Escola de Samba carioca esquece crise climática em 2025
Não podemos esquecer que a conferencia das partes sobre mudança climática, ou simplesmente COP30, acontecerá em novembro próximo em Belém, capital do Para.
E que será um momento oportuno para chamar a atenção do mundo para o desmatamento da Amazônia e os avanços das políticas públicas que cobram muito esforço da sociedade para conservar a maior floresta tropical do planeta.
E mais que a escolha de uma cidade amazônica como sede pode atrair investimentos para financiar projetos em bioeconomia e exploração sustentável da floresta, que permitam superar o nefasto e persistente ciclo econômico da pecuária extensiva iniciado nos idos de 1970.
[leia mais...]Concessão Florestal elevará riqueza de Apuí no Amazonas
Ainda em 2007 a Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, foi a primeira área coberta por florestas nativas na Amazônia a ser leiloada para exploração por uma indústria madeireira legalmente amparada pelo sistema de Concessão Florestal.
Da Floresta Nacional do Jamari em 2007 até a Floresta Nacional de Jatuarana hoje, a economia florestal na Amazônia demonstra potencial para gerar maior riqueza que aquela obtida pelo desmatamento da pecuária extensiva.
[leia mais...]COP 30 já começou
Em 2015, quando todos os países da ONU, ou melhor, do planeta, assinaram o Acordo de Paris, relatórios seguidos do Painel de Cientistas da ONU, IPCC na sigla em inglês, composto por mais de 3.000 pesquisadores representantes de todos os países membros da ONU, forneceram a comprovação científica para superar o Princípio da Precaução.
Enquanto isso, por aqui os brasileiros e seus representantes políticos, conseguiram aprovar e colocar em prática um arcabouço legal robusto para fomentar a geração de energia elétrica considerada limpa, sem carbono.
Nunca, na história brasileira, se captou tanta energia do sol, dos ventos e da água.
Melhor ainda, mais de 140 usinas hidrelétricas representam quase 70% da energia elétrica distribuída para residências e indústrias.
[leia mais...]Não gostei, ou não entendi Marcel Proust
Discordando de quase tudo que lemos, antes de encarar as quase impossíveis 2.400 páginas, na maravilhosa Wikipédia sobre Marcel Proust e sua única extensa obra “Em Busca do Tempo Perdido”, não conseguimos puxar uma cadeira para o francês sentar ao lado de um dos maiores da literatura portuguesa o nosso incomparável Machado de Assis.
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