A possibilidade de se gerar inovação tecnológica voltada para solução dos entraves tecnológicos relacionados às atividades produtivas florestais é uma das principais condições ao estabelecimentos de arranjos produtivos florestais na região. Em conjunto com a ocorrência de terras florestais passíveis de manejo e da existência de recursos humanos aptos à atividade florestal, formam as três condições precípuas ao estabelecimento de uma economia florestal genuinamente amazônica.

Com relação à geração de inovações tecnológicas, a Amazônia, sem embargo do imenso diferencial observado entre a região norte e as demais regiões do país, no que se refere à infra-estrutura existente para ciência e tecnologia, possui um aparato voltado à geração de tecnologia, em condições de atender à demanda oriunda do setor florestal.

Um dado interessante, com relação ao desenvolvimento de tecnologias para o setor florestal, diz respeito à concepção da tecnologia do manejo florestal de uso múltiplo.

Um processo tecnológico elaborado no Acre, em meados da década de 1990, com o intuito de resolver o entrave produtivo das recém criadas Reservas Extrativistas, reivindicadas por líderes como Chico Mendes. Ou se encontrava uma inovação tecnológica para elevar o extrativismo ao manejo florestal de uso múltiplo, ou essas Unidades de Conservação estariam fadadas ao fracasso.

Assumindo que as três, denominadas, condições precípuas estão atendidas, ou seja, existem florestas, trabalhadores e tecnologia, restaria, ainda, uma discussão acurada sobre qual modelo de concentração industrial seria o mais indicado para o ecossistema florestal da região.

Depois dos distritos industriais instalados na década de 1970, e dos modelos Zona Franca, da década de 1980, surgiram novos conceitos, como os de pólos industriais dos Arranjos Produtivos Locais, APL, e do cluster.

Para se ter uma idéia da dimensão que esses novos conceitos atingiram, diversos institutos de pesquisa e órgãos de fomento produtivo, atuantes na Amazônia, iniciaram, nos últimos dez anos, programas voltados à estruturação de determinados sistemas. Importante citar um exemplo.

O Banco da Amazônia, Basa, associou-se ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e à Associação Nacional de Pós-graduação em Economia, para execução do que chamou de Iniciativa pela Amazônia, um programa para estruturação de clusters produtivos. Uma análise desse programa permite concluir que o estabelecimento de um cluster florestal seria o mais indicado para a Amazônia.

Cluster é um aglomerado econômico de altíssimo nível. Se existe uma escala evolutiva com relação à especialização regional e à conseqüente conquista de vantagem competitiva, a partir dessa especialização, o cluster estaria no nível maior de evolução, que começaria no distrito industrial, passaria pelo pólo, pelo APL, até chegar nele.

Nesse nível de especialização, a sociedade ali residente viveria em função da oferta de um leque de bens, produtos e serviços florestais. Uma possibilidade de segmentação produtiva do tamanho da biodiversidade da Amazônia.

Com o cluster florestal, a Amazônia poderia adquirir diferencial de mercado, potencializando o ecossistema florestal e a população amazônica, que sabe manejá-lo. Estas, inclusive são, sem dúvida, as maiores vantagens competitivas da região.

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