O processo de escolha dos dirigentes universitários, que ocupam as Reitorias nas Universidades Públicas, quer sejam federais, estaduais ou municipais, ocorrem sempre em ambiente de efervescência.

Várias razões justificam esse ambiente efervescente. A primeira delas, mas não a mais importante, pelos quantitativos envolvidos. Guardando as proporções, sobretudo entre as estatísticas das universidades das regiões Norte e Nordeste, quando confrontadas com as dos grandes centros, em termos relativos, a eleição da Ufac é tão importante para o Acre como a da USP (Universidade de São Paulo) para São Paulo.

Os números chamam atenção. Continuando com o exemplo da Ufac, estima-se um universo de 10.000 eleitores em todos os 22 municípios, com mais de 90% desse total concentrados na capital, Rio Branco. Um conjunto de eleitores que representam quase 10% do eleitorado, quando se considera apenas os votos válidos da eleição para prefeitura.

Já a segunda razão, que justifica a efervescência nas eleições para Reitoria, diz respeito ao diferencial de formação que esse eleitorado possui. Trata-se, do ponto de vista qualitativo, de um eleitorado com privilégio no acesso e na interpretação da informação. São, em sua maioria, os denominados formadores de opinião. Aqueles que em algum momento podem influenciar a decisão dos outros eleitores.

Uma terceira razão é que as universidades carregam o pesado fardo do conhecimento. É ali que se formam as mentes que vão estudar a sociedade em que vivem. Pessoas que estarão, na sua atuação profissional, influenciando, além de outros eleitores, o futuro de países, estados, municípios e comunidades. Um conhecimento que deve e está a serviço da população.

Voltando ao exemplo da Ufac, além dessas importantes razões, duas novidades transformaram o atual processo eleitoral. Ocorre que o Colégio Eleitoral Especial, após mais de 16 horas de discussão, aprovou o sistema de votação denominado de PARIDADE PRESENTE. Por esse sistema, cada segmento universitário possui um terço do peso para o cômputo final da apuração da eleição. São pesos iguais para os professores, funcionários e alunos.

Mais ainda, são pesos iguais (um terço) considerando os votos colocados nas urnas por cada segmento. Isso quer dizer que se reconhece a importância do voto para quem participa votando, independente da abstenção existente no seu segmento.

Se a primeira novidade era importante do ponto de vista do fortalecimento da democracia na academia, a segunda é mais importante ainda pelo seu significado para as relações de gênero.

É que pela primeira vez em sua história a Ufac será gerenciada por uma mulher. As duas chapas inscritas possuem como candidatas à reitora duas professoras com doutorado. A comunidade universitária terá o privilégio de ter até 2012 um olhar feminino decidindo os destinos da Ufac.

Como bem disse certo filósofo, acerca das mulheres que ocupam cargos de decisão “que elas se esforçam para decidir como machos”, espera-se, ao contrário, que a futura reitora da Ufac administre como mulher que é.

Cuidem da Ufac com o carinho que a nossa casa merece.

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