Em menos de 20 anos a quase totalidade dos países do mundo, associados à Organização das Nações Unidas, ONU, conseguiram realizar uma tarefa, para muitos, impossível: banir o uso de um composto químico formado por cloro, flúor e carbono, um gás, conhecido pela sigla CFC.

O banimento ocorreu em 1996, por meio de decisão da ONU proibindo a produção de CFC em todo o mundo. E, em torno de 20 anos antes, no início da década de 1970, surgiam os primeiros alertas de que o uso indiscriminado do CFC estava destruindo a camada de ozônio na atmosfera. Ou seja, como a imprensa popularizou, havia um buraco na camada de ozônio.

Ocorre que o CFC havia sido descoberto por químicos da indústria Du Pont, ainda na década de 1920. A indústria buscava um gás propelente, que fosse capaz de fornecer pressão para espalhar qualquer tipo de produto. A válvula que permitiria espirrar o conteúdo de uma embalagem, como uma lata, com a pressão de um dedo, surgiu na década de 1950.

Com a pressão causada pelo CFC e com a válvula seria possível armazenar laquê, desodorante, inseticida, perfume e um leque variado de outros produtos. Entrava em cena a lucrativa indústria dos aerossóis.

Imaginar que individualmente, ao usar a latinha em seu banheiro, todas as pessoas estavam criando um sério problema, de proporções globais, era difícil até para os ambientalistas. Mas, era a pura verdade. Uma verdade que precisava ser comprovada.

Comprovação que aconteceu, no momento em que a indústria dos aerossóis movimentava bilhões de dólares. Mais precisamente em 1974, o químico americano Sherwood Rowland dividiria o Premio Nobel de química, ao mostrar ao mundo, o perigo para a humanidade, da destruição do ozônio.

Para simplificar bastante o que acontece é o seguinte. Cada átomo de cloro pode destruir 100.000 átomos de ozônio por meio de uma reação química em cadeia e que é irreversível. Ou seja, uma vez destruído o ozônio não é recuperado. Atualmente estima-se que 10% da camada foi destruída para sempre, o que acarretará aumento nas ocorrências de câncer de pele, mundo afora.

Ocorre que é a camada de ozônio que impede a passagem dos raios solares ultravioleta, causadores de câncer. Todavia, a indústria relutava e tentava lutar contra essa evidência até que, em 1985, instituições de prestígio internacional, ou seja, acima de qualquer suspeita, comprovaram a existência do imenso buraco na camada de ozônio, localizado acima da Antártida.

Relatos de aumento da incidência de câncer, sobretudo no litoral do Canadá, vieram logo em seguida. A ligação do câncer de pele com o buraco na camada de ozônio foi facilmente estabelecida. O mundo foi instado a agir e, logo em 1987, a ONU instituía o Protocolo de Montreal, para reduzir a produção em 50% até 1999. Com tragédias adicionais a ONU antecipou a data para 1996 e ampliou a redução da produção para a proibição total.

Parece que a história se repete, mas dessa vez com outro produto químico, o monóxido de carbono, CO2. Guardando as devidas proporções, tendo em vista que, dessa vez, não se trata de uma indústria para espirrar desodorante no sovaco, mas de toda e qualquer fumaça lançada no céu, o tempo de reagir está no limite.

Alertas não faltam. Prêmio Nobel pelo alerta do aquecimento global foi concedido em 2008. Os maiores cientistas do mundo, reunidos no Painel Intergovenamental de Mudanças Climáticas, o IPCC da ONU, produziram um relatório que não deixa dúvida.

Em Copenhague, na próxima reunião da ONU, o seqüestro do carbono pelas florestas do mundo deverá se tornar uma realidade.

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