Com a mudança no comando da área ambiental do governo federal em Brasília, ocorrida no início de 2008, a maioria dos ambientalistas e organizações não governamentais, contrários à mudança, se apressaram em afirmar que a Amazônia sofreria retrocessos sensíveis no caminho em direção à sustentabilidade, mas não foi o que ocorreu.

Ao terminar 2009 o balanço é mais que favorável, como comprova a vertiginosa queda na taxa de desmatamento, que chegou ao seu menor índice desde que se iniciou sua medição, há mais de vinte anos. Em torno de 7 mil quilômetros quadrados foram desmatados no período compreendido entre julho de 2008 a agosto de 2009. Ainda muito, mas nunca se desmatou tão pouco.

Sem entrar no mérito das razões que justificariam a queda na taxa de desmatamento, evidente que se conseguiu dar um passo importante para sustentabilidade da Amazônia.

Outro fato que merece destaque foi a estruturação e operacionalização do Fundo Amazônia. Gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES, captou recursos internacionais vultosos que poderão chegar à casa dos bilhões de reais, para, o mais importante, investimento em projetos relacionados com a sustentabilidade da região.

Recursos que são na maioria doados, à fundo perdido, para que as instituições envolvidas com o tema da sustentabilidade possam conduzir projetos que, por possuírem retorno de alto risco, requerem esse tipo de apoio. Algumas iniciativas já estão começando e, no curto prazo, demonstrarão o potencial da Amazônia para gerar emprego e renda por meio do manejo da diversidade biológica ali existente.

Mais representativo ainda é que por ser gerido por um Banco de Desenvolvimento, como o BNDES, o Fundo Amazônia não se atrapalhará nas amarras e melindres geralmente existentes na esfera ambiental dos governos.

E mais, o Fundo Amazônia também rompe com o pensamento comum em 2003, de que não havia necessidade de recursos internacionais para financiar a sustentabilidade da Amazônia, pois o equivocado sentimento nacionalista da época achava que: a Amazônia é nossa e vai ser desenvolvida com recursos do orçamento da União.

Foi preciso alguns anos e vários contingenciamentos para se perceber o que todos já sabiam: o mudo deve e quer pagar pela sustentabilidade da Amazônia. Não por pena ou para ajudar ou qualquer outro sentimento altruísta, mas pelo simples fato de que a Amazônia presta um serviço inestimável à manutenção do clima no planeta e precisa ser remunerada por esse serviço.

Finalmente chegou a decisiva reunião de Copenhague. Apesar da mídia em geral e dos ambientalistas se esforçarem para retratar o fracasso, não há dúvida de que depois da reunião, haverá oferta de recursos para ações fundamentais para a sustentabilidade da Amazônia como, por exemplo: restauração de mata ciliar dos rios e igarapés e manutenção da floresta em pé.

São resultados que parecem simples, em especial para os que esperavam mudanças expressivas no processo industrial atual, mas que representam uma mudança de atitude fundamental.

De Copenhague em diante, os dilemas para o desenvolvimento sustentável serão resolvidos, tendo a Amazônia e o seu ecossistema florestal, como referência principal.

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