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Partindo de duas hipóteses: primeira que a biodiversidade florestal original da Amazônia, apesar de não possuir maior viabilidade hoje, supera em competitividade, no médio prazo, toda e qualquer alternativa de ocupação produtiva da Amazônia que dependa do desmatamento; e segunda, que essa maior competitividade somente será alcançada por meio de um esforço conjunto de política estatal que envolva agentes econômicos e atores sociais que atuam na região, o livro apresenta resultados de um amplo levantamento de literatura sobre a importância da biodiversidade florestal para a história econômica da Amazônia, destacando, ao final, um conjunto de produtos oriundos da biodiversidade que poderiam criar e manter uma nova estratégia de desenvolvimento.

Em síntese, o livro traça uma discussão pormenorizada sobre o processo de ocupação social e produtiva da Amazônia, que culminou com o predomínio de um modelo de produção no setor primário ancorado na pecuária extensiva, de baixa produtividade, pouca geração de riqueza, que depende de desmatamento e acarreta elevados riscos para a sustentabilidade econômica e ecológica.

Defende a alternativa de uma economia baseada na biodiversidade florestal da região, considerando suas duas maiores vantagens competitivas: imensa diversidade biológica e uma população amazônida que sabe manejá-la.

Todavia, para chegar nessa parte, diga-se propositiva, para orientar o processo de ocupação produtiva da Amazônia, os autores adentram em uma discussão peculiar e única acerca da visão de fundo, que tem subsidiado a tomada de decisão em política pública.

A conclusão é que enquanto perdurar uma visão simplificadora no planejamento da ocupação, que desconsidera a complexidade do ecossistema florestal, a transformação produtiva em direção a sustentabilidade não vai acontecer.

Compulsando os princípios do método da complexidade, concebido por Edgar Morim, se estabelece um importante referencial para consubstanciar a guinada para o aproveitamento econômico da biodiversidade florestal.

Para facilitar o trabalho do leitor o livro está organizado em 7 capítulos, iniciando com uma análise inovadora do processo de colonização da região, passando pela emergência de uma transformação profunda do modelo atual de ocupação produtiva, que parte do equivocado pressuposto de que a biodiversidade florestal deve ser domesticada para conseguir gerar riqueza que impregnou o conjunto de políticas públicas responsável pelos alarmantes índices de degradação ecológica observados até 2022, chegando a uma discussão detalhada acerca de uma possível e necessária saída por meio do uso sustentável da biodiversidade florestal da Amazônia.

Claro que o livro chega ao final carregando, como dizem os produtores, uma ruma de polêmicas, mas para os leitores que desejam sair do lugar comum e olhar a Amazônia por um novo viés, será, no mínimo, uma leitura surpreendente.

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