Formação florestal na área de influência do Rio Muru, fronteira do Acre com o Peru.
Foto: Jairo Lima, 2015.
Não será com a expansão da pecuária extensiva em terras com florestas que hoje são protegidas pelo Código Florestal.
Não será com aumento persistente do desmatamento legal ou ilegal que assombra o mundo e afasta investimento privado.
Não será com a pior produtividade da terra no país.
Esse ciclo econômico precisa ser superado.
Depois de insistir desde 1970 passou do momento de revisar esses pressupostos.
A saída é pela bioeconomia.
É pelo mercado de carbono.
É pela FLORESTA.
No ponto mais importante para a manutenção das características ecológicas de sua imensa bacia hidrográfica, ou seja, no trecho da cabeceira (que, para efeito do projeto, vai da nascente próximo à fronteira do Peru com o município de Santa Rosa do Purus no Acre, até a foz do tributário rio Iaco), o rio Purus corta, transversalmente, o território do Acre.
É nesse trecho que o Purus se forma e se consolida como um dos mais expressivo tributários do rio Amazonas – por sua vez, um dos mais importantes rios do mundo.
A degradação dessa extensa área de influência das cabeceiras significa o comprometimento das bacias hidrográficas localizadas a jusante. Ocorre que, com a conclusão, em 2011, do asfaltamento da rodovia BR 364, no sentido Rio Branco/Cruzeiro do Sul (outra fronteira com o Peru), o vetor de ocupação produtiva do Acre assumiu um novo eixo, em direção às novas áreas de consolidação da pecuária bovina.
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Não à toa o embate entre a participação da pecuária extensiva versus biodiversidade florestal na composição do PIB regional tem sido absurdamente vencido pela criação de boi, desde as vitórias da biodiversidade florestal representadas pelo ciclo econômico da borracha encerrado em 1911.
Falando de outra maneira, o embate desmatamento versus conservação da floresta tem sido vencido de modo assustador pelo primeiro, sempre realizado conforme previsto na legislação e, o mais grave, com apoio indispensável de mais de 90% do montante destinado ao crédito rural, liberado pelo Basa na Amazônia.
Como bem antecipou Caio Prado Júnior, somente por meio do estudo minucioso da história da formação social e econômica brasileira, será possível o estabelecimento de políticas de macroeconomia com maiores chances de acerto.
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