A fim de discutir a importância do ecossistema florestal amazônico para a geração de energia elétrica, os envolvidos com o setor florestal no Acre estarão reunidos, de 05 a 09 de março de 2012, num evento que já se tornou tradicional – inserindo-se num cronograma permanente de debates sobre o uso múltiplo e sustentável da biodiversidade existente na região.

As semanas florestais acontecem em todo início de ano letivo, no âmbito do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Acre, demarcando um momento oportuno para se avaliar a nova safra florestal que se inicia com o fim do inverno e das cheias.

Indo além das tradicionais semanas acadêmicas, a Semana Florestal procura unir órgãos de governo, organizações da sociedade civil, empresários, técnicos, pesquisadores e acadêmicos, na discussão de algum tema relevante para a conservação, ou exploração com técnicas de manejo florestal, do ecossistema florestal na Amazônia.

Os temas selecionados pelos organizadores do evento já aludiram à Biodiversidade, em sua primeira edição; ao Desenvolvimento Tecnológico para Alternativas Florestais, na segunda edição; ao Manejo Florestal de Uso Múltiplo, na terceira edição; às Reservas Extrativistas, na quarta edição. E em 2011, o tema eleito referiu-se ao Manejo Florestal Empresarial.

Para 2012, em sua sexta edição, a Semana Florestal se propõe a debater o grande leque de oportunidades que abrange a geração de energia elétrica considerada de tecnologias limpas.

Depois que o preço do barril de petróleo atingiu a cifra dos oitenta dólares (tendo transitado, nos últimos 30 anos, pela casa dos 20 dólares), as opções de geração de energia elétrica alternativas ao óleo diesel ganharam evidência. Se antes esses combustíveis alternativos não podiam competir, em termos de preço, com o petróleo, agora, o seu uso pode mesmo chegar a superar a geração de energia elétrica nas termoelétricas movidas à óleo diesel.

Mas o problema do petróleo vai além do econômico, representado pelos preços em ascensão. Há outras duas variáveis, que movem os pesquisadores mundo afora, na busca de novas opções para a geração de energia elétrica. A primeira é que o petróleo é uma jazida, um recurso natural não renovável – ou seja, um dia ele acaba.

Há especulações, com forte embasamento técnico, que dão conta de que, a partir de 2050, a curva de oferta de petróleo em todo o planeta se inverterá, e o recurso iniciará seu processo inexorável de exaustão. Difícil imaginar a vida sem petróleo, e mais difícil ainda é acreditar que um dia esse recurso acabará. Mas é o que acontece com as jazidas, e esse raciocínio inclui as novas descobertas, como as brasileiras, no oceano profundo.

Significa dizer que, mais cedo ou mais tarde, os países terão que encontrar substitutos para o petróleo – seja para movimentar os automóveis, seja para iluminar as habitações humanas, seja para os inúmeros usos dados a esse recurso.

Fazer com que essa substituição ocorra mais cedo – e não mais tarde – é fator crucial para a segunda variável a ser examinada em relação ao uso indiscriminado do petróleo. Ocorre que a (cientificamente comprovada) crise ecológica decorrente do aquecimento global está estreitamente vinculada ao petróleo.

Considerado o maior responsável pelos níveis de carbono existentes na atmosfera – o que faz com que o clima do planeta mude de maneira perigosa -, o petróleo precisa ser substituído por outras fontes o mais rápido possível, para não colocar o planeta em risco. Um risco que é real e do qual poucos duvidam.

A busca por fontes alternativas para a geração de energia elétrica insere o ecossistema florestal no centro do debate – o que poderá ser conferido na Sexta Semana Florestal do Acre.

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