De 7 a 11 de abril próximos, a engenharia florestal da Universidade Federal do Acre, estará reunida no seu mais importante evento. Em sua segunda edição, a Semana Florestal do Acre, esta organizada em torno do instigante tema “Alternativas Florestais e Desenvolvimento Tecnológico”.

Objeto de concurso público, realizado pelo Centro Adêmico de Engenharia Florestal e com o apoio inconteste da Coordenação do Curso, a escolha do tema e da logomarca procurou levar os acadêmicos a pensarem, acerca de duas questões fundamentais para a ciência florestal na Amazônia e no Acre: allternativas produtivas florestais e o, sempre difícil de superar, empecilho tecnológico existente no setor florestal.

Ocorre que a diversidade biológica do ecossistema florestal na Amazônia, foi, por muito tempo, considerado um problema para o estabelecimento de atividades produtivas. Chegou-se ao cúmulo, de se lamentar a elevada heterogeneidade da floresta tropical, quando comparada ao, quase homogêneo, ecosisstema florestal dos países do hemisfério norte.

Afirmava-se que, enquanto na Europa e América do Norte, as árvores são semelhantes, a maioria coníferas como os pinheirinhos de natal, na Amazônia nada é igual, tudo é diferente e complexo. Em sendo igual, os passos do manejo florestal e do processamento na serraria eram deveras simplificados.

Somente para citar um pequeno problema, o da regulagem de máquinas de serrar e equipamentos, quando as espécies são iguais o operador não precisa ficar mexendo na regulagem a cada tora que chega.

Por outro lado, sendo toras de espécies diferentes, com densidades, pesos, textura, trabalhabilidade e assim por diante, distintas, o operador é obrigado a parar e regular sua máquina, a cada tora que chega. O que significa rendimentos menores e custos de processamento maiores.

Todavia, o futuro demonstraria, que a biodiversidade da Amazônia, seria o mais importante recurso estratégico da região. Hoje, sabe-se a importância dessa diversidade para manutenção do clima, para a oferta de água, para garantia de estoque genético e, igualmente importante, para oferta de um variado leque de produtos de madeira.

As madeiras amazônicas possuem cores e outras caracterísiticas diferentes e atraentes, e, por isso, com usos específicos e propícios. Algumas mais indicadas para fabricação de móveis, outras para confecção de peças de decoração, utencílios domésticos, cabos de ferramentas, palitos de picolé ou de dentes e assim por diante.

Podem ser usadas pela construção civil para kevantar casas, pela tinturaria para tintas, pelo setor energético para produção de luz e pelo setor de combustível para biodiesel. Uma interminável lista, que se tornou possível graças à diversidade biológica, que agora, é o maior diferencial de competitividade da Amazônia.

Mas para tornar essa diversidade biológica em atividades econômicas florestais é necessário algo elementar: desenvolver tecnologias. Não será possível fazer com que o ecossistema florestal gere emprego e renda de forma sustentável, sem que haja elevação no patamar tecnológico atualmente praticado.

Para se ter uma idéia, com um exemplo mais que conhecido como o da produção de borracha: o corte (com a cabrita), a coleta do látex (com a tijela), a iluminação da árvore (com a poronga), a limpeza do painel (com a raspadeira), o transporte do latex (com o balde) e a defumação (com a queima de madeiras como o breu) são realizadas da mesma maneira, desde o início do século passado. Após mais de cem anos, muito pouco de tecnologia foi adicionado a esse segmento florestal, em que pese sua elevada importância econômica.

Por isso, a Segunda Semana Florestal do Acre, um evento que pretende ser anual e permanente, que sempre deverá ocorrer no final do inverno e início da safra florestal, trás para pauta dos envolvidos com a floresta acreana, a discussão acerca da tecnologia que viabilizará os arranjkos produtivos florestais, a serem potencializados em cada muicípiop e reunidos no primeiro Cluster Florestal da Amazônia.

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