Frase famosa na política americana afirma que vencer a eleição depende de várias coisas pontuais e sempre da economia, por isso o estúpido!
Guardando necessário distanciamento o mesmo vale para resolver o problema das queimadas na Amazônia posto que a razão é econômica.
Não existe queimada criminosa com algum significado estatístico.
A ocorrência de queimada em mais de 90% dos casos é intencional e, o mais importante, um direito do produtor que queima. Trata-se de uma prática agrícola nefasta, mas que é usada de maneira constante e a mais de 100 anos para limpar e adubar o solo.
A terra queimada, igualmente em mais de 90% dos casos, será usada de maneira direta ou indireta na pecuária extensiva para cultivar capim e criar boi solto no pasto.
Esse ponto é muito importante para entender as causas da fumaça que coloca em risco a vida urbana no Acre, por exemplo.
Repetindo, não é crime e as queimadas possuem amparo legal e, o mais óbvio para entender, uma razão econômica reconhecida, comprovada pela ciência e, de certa maneira, compreensível.
O raciocínio econômico começa assim. Para o produtor com recursos financeiros limitados, a atividade produtiva da pecuária extensiva é a saída para usar a terra que dispõe, quase sempre dos programas de reforma agrária do governo federal desde a década de 1970.
Além da terra o produtor acessa no Basa o dinheiro, por meio de um crédito rural merecido e subsidiado oriundo do Programa Nacional de Agricultura Familiar e do FNO. Esse mesmo raciocínio também vale para as grandes propriedades, com plantel de mais de 5.000 cabeças de gado solto no pasto.
Muito mais importante é saber que tanto o Basa como o sistema normativo vigente incentiva o desmatamento. A queimada vem logo depois igualmente com amparo do Código Florestal e dos bancos estatais.
Queimadas ou como se equivoca aquele jornalista desinformado os inexistentes incêndios florestais (floresta em pé na Amazônia em 2024 ainda não pega fogo, mas isso vai mudar um dia se tudo continuar como está) não são criminosas, salvo raríssimas e desconsideradas exceções.
O produtor é amparado pela lei, no caso o Código Florestal, e pratica a queimada por uma razão econômica compreensível, reduzir o custo de produzir o seu gado solto no pasto.
Arar e gradear o solo são atividades caras, com custo elevado e, na maioria das vezes, superior ao orçamento do produtor.
Sem entender e se responsabilizar pelos prejuízos sociais e ambientais o produtor irá queimar sempre.
O clima seco, de julho a setembro, transforma em tragédia uma prática agrícola que deveria ter sido abolida há mais de trinta anos, ainda no final do século passado, isto é desde muito tempo.
Não tem romantismo e luta do bom contra o mau é a economia estúpido!
A solução rápida é a moratória do crédito rural do Basa para pecuária extensiva em 2025. Mas qual político tem coragem para isso?