Após sete anos de sua criação, o curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Acre (Ufac) organiza sua primeira semana de contato com a sociedade. A idéia principal é mostrar o potencial que o curso possui para oferecer um profissional preparado para atuar com sua floresta.

Por sinal, a discussão acerca da qualificação do Engenheiro Florestal formado pela Ufac tem ocupado os professores e alunos. Evidente que o atendimento da demanda acreana é uma prioridade. Mas a região amazônica, com seus nove estados, também se apresenta como um amplo e auspicioso mercado de trabalho. E, por fim, as outras regiões do país como a caatinga do Nordeste, ou o cerrado do Centro-Oeste, ou ainda, a mata atlântica do Sudeste e os pampas gaúchos, também possuem nítida e específica demanda para o profissional da floresta.

Todavia, seria difícil supor que o Engenheiro Florestal da Ufac possa competir com outros profissionais formados no Rio ou em São Paulo, por postos de trabalho que existam nessas regiões. Seria igualmente difícil supor que o profissional acreano estivesse em condições de disputar vagas para trabalhar com a cultura do eucalipto com o pessoal formado no Centro-Sul.

No entanto, o profissional acreano pode e tem amplas condições de competir quando o tema é manejar a floresta na Amazônia. O manejo de florestas nativas é, na grande maioria das vezes, negligenciado pelas universidades do Sul. O manejo de florestas nativas na Amazônia, seguramente, não existe nessas universidades.

Na primeira semana florestal, os Engenheiros Florestais da Ufac querem mostrar que estão preparados para atuar com a floresta acreana. Com o sugestivo tema Biodiversidade: ver a floresta que existe além das árvores, será possível aos participantes se envolverem em uma discussão fundamental acerca do manejo florestal de uso múltiplo. Uma tecnologia nascida e elaborada no próprio Acre e, da qual, os acreanos são referência.

No período de 07 a 11 de maio próximos, os florestais da Ufac terão a oportunidade de oferecer uma série de cursos de curta duração e palestras para um público estimado em mais de 300 pessoas. Um público especial e qualificado para um debate crucial, e que precisa ser interminável, acerca do futuro da floresta na região.

Afinal, são mais de 10 milhões de hectares de áreas protegidas, como as Reservas Extrativistas, por exemplo, onde a atividade agropecuária é proibida por Lei, isto é, não pode ser exercida comercialmente. Uma vasta extensão territorial na qual a única opção para gerar emprego e renda é o uso múltiplo da floresta.

A semana florestal do Acre possui caráter anual. Espera-se que, ao início de cada ano, quando as chuvas estiverem se despedindo e a estação seca trazendo o incremento das atividades produtivas (como a extração de madeira e o desmatamento) os florestais da Ufac, em conjunto com a sociedade, possam parar e discutir o início da safra florestal.

Um evento que pretende fazer parte definitiva do ciclo de acontecimentos destinados ao setor florestal como a Flora, os encontros de manejadores, a maratona da floresta, da Asimanejo, os encontros indígenas, de fitoterapia, de sementes florestais …

Eventos que um dia, espera-se, estejam inseridos no calendário do Cluster Florestal do Acre.

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