Intensificado após a realização da conferência da Organização das Nações Unidas, ONU, sobre desenvolvimento e meio ambiente, ocorrida em 1992, os debates acerca da exploração dos recursos florestais da Amazônia se direcionaram ora para instituir sistemas de controle e fiscalização, que levaram a atividade para uma amarra burocrática que fere o bom senso, ora para caracterizar sua forte associação com o desmatamento.

Como resultado desse processo de discussão os nove estados amazônicos, muitas vezes forçados por regras de distribuição de recursos financeiros do governo federal, se viram na obrigação de intervir na realidade dessa exploração. Em sua maioria, as ações públicas buscaram estruturar um aparato institucional voltado para monitorar e organizar uma crescente exploração florestal, sobretudo de madeira.

Criaram-se secretarias estaduais, algumas denominadas de Secretaria Estadual de Florestas, como no caso do Acre, ou Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável, como no caso do Amazonas, com a missão de conceber estratégias para regular a atividade florestal, tanto empresarial quanto comunitária.

A institucionalidade na área florestal seria completada com os institutos e fundações. Era a vez da criação, ou adequação de órgãos públicos já existentes, na forma jurídica de autarquias, que tinham como missão apoiar as ações das secretarias. Dessa maneira, a pesquisa, para subsidiar decisões das secretarias, como no exemplo do Acre, seria realizada pela Fundação Estadual de Tecnologia, a Funtac. Assim como o monitoramento da atividade florestal realizada pelo Instituto de Desenvolvimento Ambiental, o Idam, para o caso do Amazonas.

Mas, como a atuação dos órgãos não atendia as expectativas dos envolvidos no Setor Florestal, foi necessário a concepção de objetivos que norteassem a intervenção pública. Iniciava-se, um segundo e decisivo passo, o da elaboração de uma Política Estadual de Florestas.

Documentos de políticas públicas, com vários programas e um número um tanto elevado de projetos, foram sendo elaborados e executados em toda a Amazônia. Alguns com viés conservacionista, com foco na exploração sustentável da floresta, outros preservacionistas, preocupados com a proteção do ecossistema florestal, o fato é que, em toda região, não faltaram Políticas Florestais.

Todavia, por um conjunto de razões, nem a institucionalidade surgida com a criação dos institutos e secretarias, nem a concepção de políticas florestais, parece ter surtido o efeito esperado.

O uso múltiplo, com as técnicas de manejo para fins comerciais, da imensa e valiosa diversidade biológica da Amazônia, continua a representar o maior desafio para os amazônidas.

A principal razão desse fracasso, que reiteradamente surge nos documentos de avaliação produzidos em centros de pesquisas e na academia, remete à existência de políticas públicas contraditórias que emperram a promoção de uma atividade florestal do porte esperado para a Amazônia.

Políticas contraditórias como as de meio ambiente e da agropecuária, que funcionam como verdadeiros freios à política florestal. Mais que isso, que funcionam como verdadeiras arapucas para o Setor Florestal.

Políticas contraditórias que, por possuírem maior lastro público e apelo de mídia que a Política Florestal, são sempre consideradas em nível superior de prioridade.

Políticas contraditórias, cujos efeitos seriam minimizados, quando enquadradas em um PLANO AMAZÔNIA FLORESTAL como fez o PAC, para deslanchar obras.

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