Desde 2006 a Agência de Noticias Kaxiana, a primeira genuinamente da Amazônia, vem promovendo uma campanha para extinguir a prática da queimada na Amazônia. Com o lema de que o “Acre não queimará em 2010” a agência divulga artigos de pesquisadores e notícias, para mostrar que existem alternativas a essa primitiva prática.

O Acre foi escolhido como foco da campanha por três razões que o diferenciam. Foi ali que surgiram as experiências mais importantes de exploração sustentável da floresta. O manejo florestal comunitário, as alternativas para a agricultura familiar (como os sistemas agroflorestais e a piscicultura), e, o mais importante, a inovação tecnológica do Manejo Florestal de Uso Múltiplo.

Essas 03 (três) atividades produtivas, com viabilidade econômica comprovada, podem levar o produtor a dispensar a prática das queimadas, conseguindo renda e melhorando a sua qualidade de vida.

Alguns avanços foram obtidos. Agora a sociedade acreana parece aceitar as limitações impostas pelos órgãos de controle com mais, diga-se, discernimento. A classe política, por exemplo, sente-se menos tranqüila para defender o uso das queimadas, como única alternativa para sobrevivência do pequeno produtor.

Melhor ainda, o grande produtor, até os pecuaristas, já não querem se ver como algozes dos efeitos irreparáveis do tal progresso a todo custo. Eles também sabem que as queimadas, além de destruir o ecossistema, deturpam sua imagem empresarial.

Mas, no entanto, atitudes mais agressivas, precisam ser levadas a cabo. Não bastam as moratórias de licenciamento de queimadas no período seco (de junho a outubro). Não basta não licenciar as queimadas até que São Pedro faça chover. Não basta não deixar que se queimem os lixos urbanos. É preciso ir além.

Para o Acre não queimar em 2010 é preciso um esforço maior. As instituições e as pessoas precisam saber que não queimar, ou, melhor ainda, que sendo o Acre possivelmente o único Estado da Amazônia a não admitir a prática da queimada para produzir, um diferencial importante de competitividade surge para posicionar melhor os produtos acreanos no mercado.

Uma marca, que atrairia investimentos de variados sistemas de apoio para o controle do clima no planeta. O momento é mais que propício, pois, depois que o mundo percebeu as conseqüências do aquecimento global e que as queimadas são parte importante nisso, quem sair na frente, com determinação e discussão pública, irá, seguramente, ser diferente.

Após passar um bom e longo tempo afirmando, de maneira pitoresca, que a fumaça não era dele, o Acre parece que assumiu sua parcela de contribuição na quantidade de carbono colocado na atmosfera.

Sem os não iniciados para dizer que a fumaça é boliviana ou rondoniense, talvez seja possível articular políticas públicas condizente com o problema, afinal: o Acre queima todo ano.

Para a kaxiana o “Acre não queimar em 2010” é uma obsessão. E o caminho é simples: estimular o debate, com nível técnico e sem as verborragias normais de quem não é da região.

Por isso, a Kaxiana esta instando seus articulistas e leitores a escreverem sobre a possibilidade concreta do “Acre não queimar em 2010”.

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