Sucesso absoluto de público e de bilheteria o mais recente filme do Diretor James Cameron, Avatar, transmite uma mensagem importante sobre o relacionamento do homem com a natureza.

A temática ecológica é enfatizada como um dilema entre o homem branco, que demanda por ativos naturais não renováveis, no caso jazidas de minérios com potencial para gerar energia, e uma população aborígene que vive em harmonia com o ecossistema florestal existente sobre aquelas cobiçadas jazidas.

Nada mais atual e, ao mesmo tempo, antigo. Afinal, desde a revolução industrial, que permitiu níveis de exploração de recursos naturais, sobretudo de petróleo e ferro, nunca antes ocorridos, que a humanidade experimenta um estilo de vida baseado nos mais elevados índices de consumo. O que significa explorar em excesso, jazidas já próximas da exaustão.

Por outro lado, alarmes acerca da impossibilidade do planeta agüentar esses níveis de consumo são, a todo tempo disparados e com cada vez mais freqüência. A novidade é que as dúvidas científicas sobre essa impossibilidade já não existem. Isto é, a sobrevivência humana, nos moldes atuais, não é sustentável.

Evidente que a moderna tecnologia usada no filme fala mais que seu roteiro, mas, é evidente também que o argumento ecológico, diante da crise ecológica oriunda do aquecimento global, contribui, com um ingrediente especial para sensibilização do público de todas as idades.

Engana-se quem considera o apelo ecológico do filme como algo repetitivo, romântico e, de certa maneira, comum. Longe disso. Os roteiristas tiveram o cuidado de ir bem além da defesa do estilo de vida primitivo, simplório e naturalista do tipo movimento alternativo hipye da década de 1960.

Os roteiristas de Avatar chegaram ao inusitado: à defesa do uso múltiplo da diversidade biológica existente no ecossistema.

E como faz isso? Da melhor forma, mostrando o cotidiano da vida da população nativa do planeta Pandora. Para viverem em harmonia com a diversidade biológica do ecossistema, a população tradicional precisa, por exemplo, matar, para se defender de outros predadores que brigam pela sobrevivência no local.

Precisa coletar frutos, flores, raízes e outros produtos, para enriquecer sua dieta alimentar, para namorar e para realizarem seus rituais que ajudam a fortalecer o espírito. E mais. Para satisfazer a necessidade de proteína animal, os habitantes também abatem a fauna local para sua alimentação.

Finalmente, para apoiar em suas tarefas diárias, a população local chega ao que se pode considerar como limite máximo na relação do homem com a natureza: a domesticação. É nesse momento que animais e plantas são subjugados e dominados pelo homem na sua plenitude. Até o mais terrível dos predadores, que na realidade poderia ser o leão, é levado à satisfação das demandas humanas.

Avatar não deixa de mostrar nada disso, pelo contrário, faz questão de esmiuçar esse relacionamento. Faz questão de mostrar que seguindo um conjunto de regras e guardando limites, a relação harmoniosa do homem com a natureza é mais que possível, é uma questão de sobrevivência para todas as espécies.

Regras e limites é a base da tecnologia do Manejo Florestal de Uso Múltiplo para explorar a biodiversidade da Amazônia e, assim, se chegar à esperada sustentabilidade.

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