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Inexplicável recorde de queimadas no Acre em janeiro de 2025
Antes, outra informação importante foi o igualmente inexplicável recorde de queimada ocorrido em dezembro de 2024, quando foram detectados pelo reconhecido Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Inpe, um total de 30 focos de fogo ante uma média para dezembro de 7 queimadas nos últimos 28 anos.
Saltar de 7 para 30 queimadas e em dezembro, pode parecer pouco aos desavisados, mas não é!
Pesquisadores e analistas que se debruçam para entender a dinâmica do desmatamento e das queimadas em toda a Amazônia e no Acre em particular foram surpreendidos pela gravidade das estatísticas.
As razões não são nada óbvias posto que em dezembro a pluviosidade elevada não permite que o conhecido triangulo do fogo (fartura de combustível, temperatura ou calor e comburente ou oxigênio) se concretize ao umedecer o combustível e manter o termômetro em baixa.
Quando comparado ao período dos três meses diabólicos das queimadas, em que há bastante floresta derrubada para queimar, seca ou pouca chuva e um calor insuportável (agosto, setembro e outubro) as condições climáticas após novembro são outras, desfavoráveis para os produtores, pequenos e grandes, que insistem na primitiva e nefasta prática agrícola da queimada.
Por sinal, o ano de 2024 pode ser considerado um dos piores para o controle das queimadas no Acre com três recordes para os meses de junho, outubro e dezembro, o que não ocorria desde 1998 quando o Inpe iniciou suas precisas medições.
Contudo, os meses de junho e outubro se inserem no rol dos meses em que o atual governo do Acre demonstra sua incapacidade para controlar os efeitos nocivos do modelo de desenvolvimento baseado no agronegócio da pecuária extensiva.
Nada mais desanimador que observar ano após ano o resultado das incoerências de um projeto de governo que promove a pecuária extensiva sob a alegação de que desmatar para plantar capim não contribui para alterar o clima.
Uma total ausência de sensatez comprovada pelos recordes de queimadas de dezembro de 2024 e de janeiro de 2025.
Tudo bem que ainda é cedo para estabelecer uma conexão ancorada em estatísticas robustas de causa e efeito, mas uma coisa é certa: as mudanças no clima do Acre explicam boa parte dos recordes de queimadas durante as cheias.
Alagação e queimadas, juntas as duas atuais tragédias ambientais do Acre e o projeto de governo do agronegócio da pecuária extensiva nada tem a ver com isso?
O fato é que no cálculo da média mensal, em janeiro de 2025 no Acre ocorreram 35 queimadas, a maior quantidade em 28 anos mantendo a tendência observada no mês anterior, em dezembro de 2024.
Pode ser uma exceção, quem sabe dois pontos fora da curva, mas não seria bem mais sensato traçar um plano para evitar acontecer de novo?
Afinal, quem sabe também pode ser que o projeto de governo do agronegócio da pecuária extensiva não seja tão sustentável como faz parecer a comitiva acreana dos atuais gestores e políticos que participam das conferencias da ONU sobre mudanças climáticas.
E, claro, irão para a COP30.
Nada mais oportuno, afinal será em Belém do Pará e em dezembro, o mesmo mês do inexplicável recorde de queimadas durante as cheias dos rios no Acre.
Quantos SOS BR 364 o Acre ainda vai repetir?
Na virada do século, de 1999 para 2000, após o único período na história recente do Acre em que o governo estadual assumiu as rédeas e asfaltou como nunca antes, a Funtac foi acionada para avaliar a qualidade da festejada pavimentação.
Com apoio de especialistas renomados, oriundos da Universidade de São Paulo e da Unesp, os maiores e melhores celeiros da engenharia civil do país, uma comissão de avaliação chegou à seguinte brilhante conclusão.
A pavimentação foi realizada segundo o manual da respeitada engenharia civil nacional e empregou o que tinha de melhor em termos de tecnologia, em que pese o elevado custo benefício da obra.
Estava aí a resposta, custos abusivos para um benefício questionável.
[leia mais...]COP30 divulgará exploração da biodiversidade florestal na Amazônia
Um conjunto expressivo de 100 experiências exitosas para a sustentabilidade foi reunido pelo MMA e publicado em impressos ainda na virada do século, em 1999, sendo apresentado e discutido em eventos realizados com a participação dos oito governos locais.
Na época foi um sucesso absoluto, infelizmente os impressos foram esquecidos logo depois e atualmente os conteúdos são inacessíveis.
Por isso, a inciativa da COP30 em organizar e lançar uma plataforma digital com as experiências de uso sustentável dos ecossistemas realizadas com êxito em todos os países e que podem ajudar a levar o mundo para uma economia de baixo carbono além de louvável adquire importância única.
[leia mais...]COP30 pode mudar visão sobre o desenvolvimento da Amazônia
A COP30 será o momento de mostrar ao mundo, com muita convicção e senso de oportunidade, que a região está perto de superar o primitivo ciclo econômico baseado na pecuária extensiva, de baixa produtividade em que um boi ocupa quase dois hectares de pasto onde antes havia floresta, alcançando níveis sustentáveis de desenvolvimento baseado na exploração comercial da biodiversidade florestal.
[leia mais...]Sustentabilidade do dia a dia e a COP 30
Aumentar a produtividade de área desmatada jamais evitará novos desmatamentos e, no fim da linha, aumentará o lucro de uma atividade de baixa produtividade que depende do desmatamento para ganho de escala.
Uma contradição terrível e repetida às tantas para consubstanciar um rol enorme de políticas públicas destinadas a consolidar uma hegemônica atividade produtiva que ocupa mais de 90% da terra desmatada em locais como o Acre, por exemplo.
Contradição terrível uma vez que a negação da pecuária extensiva e o reconhecimento de sua completa inadequação ao bioma florestal da Amazônia representam uma das mais importantes convergências para o conceito de sustentabilidade da Amazônia.
[leia mais...]Privatizar o abastecimento de água em Rio Branco é a solução
Desde que o Depasa firmou contrato com o BNDES para modelar a privatização do serviço de água e esgoto no Acre, se tornou público que a elevada viabilidade financeira do serviço prestado em Rio Branco ajudaria a privatizar o serviço no interior, onde o balanço financeiro nem sempre é positivo.
Significa o seguinte. O lucro do Saerb com as contas pagas pelo consumidor do serviço de abastecimento de água e tratamento de esgoto em Rio Branco é tão elevado que pode bancar o eventual prejuízo nas contas em Manuel Urbano, por exemplo.
[leia mais...]Finalmente, BR364 foi privatizada em Rondônia
Uma quantidade absurda e inaceitável de acidentes decorrentes da péssima conservação da BR364 forçariam a privatização se o objetivo final fosse somente o fim dos buracos.
Claro que o resultado da privatização do trecho entre Porto Velho e Vilhena será bem maior.
Acontece que o pedágio e os serviços de manutenção da via representam um novo setor econômico no já elevado PIB de Rondônia com a contratação de trabalhadores e a distribuição inevitável de renda e dividendos para a população.
[leia mais...]Se for de carro, pule Mato Grosso
Veículo de passeio costuma ser perigosa exceção entre milhares de caminhões carregados de soja e alguns outros produtos do nosso competitivo e reconhecido agronegócio destinados à exportação e que geram quase a metade da riqueza, ou PIB, nacional.
Os caminhões, com dois vagões e mais de 25 metros de comprimento, realizam o percurso que vai da área de cultivo de grãos aos portos de embarque em Porto Velho ou no litoral do sudeste.
Rodam em média a 80 Km/h representando um desafio constante ao motorista do carro que roda a 110 Km/h para serem ultrapassados em uma malha viária com excesso absurdo de faixa contínua e que, ao mesmo tempo, não possui terceira faixa de ultrapassagem.
[leia mais...]Hidrelétrica na Amazônia deve ser prioridade na COP30
Além da manutenção de um estoque considerável de água no local, as hidrelétricas se revertem em alternativa econômica de elevada capilaridade junto a população, pelo uso econômico do lago.
Quem pode desconsiderar o significado, para um bioma que depende de umidade relativa elevada como a Amazônia, de um reservatório de água que pode contribuir para reduzir o período de seca e, o melhor, limitar o impacto das usuais e nefastas queimadas e até dos bem raros incêndios florestais?
[leia mais...]Metrópoles verticalizadas contribuem para reduzir temperatura do planeta
O planeta depende das metrópoles, que ao contrário do que pensam os preservacionistas, quanto maior melhor para reduzir o impacto das mudanças no clima e para a sustentabilidade ambiental, por concentrar em um mesmo espaço o máximo de gente e a enorme estrutura de concreto e asfalto que todos demandam.
[leia mais...]Desmatamento zero: o jeito mais barato para reduzir o calor no mundo
Essa conclusão não saiu da cabeça de algum ambientalista preservacionista ortodoxo ou da tese do próprio autor desse artigo que afirma nesse espaço, desde o final da década de 1990 do século passado, algo parecido, mas de José Alexandre Scheinkman, um dos nossos economistas de maior prestígio mundo afora, que afirma o seguinte:
“A moral da história é o seguinte: ainda que seja crucial reduzir as emissões de CO2, parar de desmatar e reflorestar é um caminho mais rápido, mais barato e mais viável de evitar o aquecimento global. Nisso, a preservação e a restauração da Amazônia brasileira é fundamental para o mundo”.
Mais claro impossível.
[leia mais...]Janeiro de 2025 foi o mais quente da história humana na Terra
Afinal de contas mantida a sequencia de meses mais quentes, o que por sinal fez de 2024 o ano em que a humanidade foi exposta a maior quantidade de calor de sua história, não há dúvida: no final de 2025, a COP30 vai acontecer em uma bolha de ar condicionado, sem vislumbrar alguma saída para o ar livre.
[leia mais...]COP30 e o Cluster Florestal da Amazônia
Na COP30 a vocação florestal da Amazônia deveria dominar a agenda do debate político de modo a questionar o fracassado modelo de desenvolvimento baseado na pecuária extensiva e propor algo novo, que aproxime a Amazônia do desmatamento zero.
Afinal, em uma rápida síntese, a ideia força pode ser descrita mais ou menos assim: se todas as propriedades rurais desse gigante país criam gado solto no pasto, não será ofertando o mesmo gado que a Amazônia atrairá investimento privado.
Por outro lado, uma vez que os produtos florestais são monopólio regional, como bem comprova os ciclos econômicos de maior riqueza na história da Amazônia, a biodiversidade florestal se mostra imprescindível para conquista de vantagem competitiva frente a outras regiões.
[leia mais...]COP30 discutirá formação do Cluster do Ecossistema na Amazônia
Na COP30 o desmatamento zero será defendido por 100% dos 198 países associados à Organização das Nações Unidas, nenhum apresentará alguma proposta de política pública diferente da fiscalização.
Um desafio enorme para a COP30 posto que há clara dificuldade aos países para aceitar a existência do desmatamento legalizado e maior ainda em acreditar que o estímulo a atividades produtivas mais rentáveis que a pecuária extensiva permitirá alcançar o desmatamento zero.
[leia mais...]Plantio de café em Reserva Extrativista e desmatamento zero da Amazônia
Extrapolando nos equívocos a reportagem sugeria também que o cultivo de café, uma espécie clonada e estranha ao bioma amazônico, inibiria o desmatamento. Algo inusitado posto que o café foi plantado onde antes havia uma floresta.
Reside nesse ponto, na competitividade da floresta, a razão pela qual as taxas de desmatamento persistem ano após ano na Amazônia.
Borracha deixou de ser um produto para se transformar em apelo social desde início do século atual e a castanha-da-Amazônia, a despeito de ser um produto altamente competitivo, ocorre somente em 20% do território do Acre.
[leia mais...]Após 10 anos, Acordo de Paris se consolidará na COP30
Contudo, terminado o século passado e ainda na primeira década do atual, os cientistas divulgaram uma série de estudos analisados pelo painel cientifico da ONU, conhecido por IPCC na sigla em inglês, comprovando e determinando com exatidão considerável as taxas de aumento anual da temperatura.
O sucesso do Acordo de Paris pode ser medido pela excelente estratégia de fazer com que cada um dos 197 países, que aprovaram o pacto, apresentasse metas de maneira voluntária, mas que, uma vez aprovadas na ONU, deveria ser honrada por obrigação até 2030.
Nós brasileiros, por exemplo, nos comprometemos a gerar mais energia elétrica com placas solares, cata-ventos e, por óbvio diante do potencial natural do país, construindo mais usinas hidrelétricas.
[leia mais...]Escola de Samba carioca esquece crise climática em 2025
Não podemos esquecer que a conferencia das partes sobre mudança climática, ou simplesmente COP30, acontecerá em novembro próximo em Belém, capital do Para.
E que será um momento oportuno para chamar a atenção do mundo para o desmatamento da Amazônia e os avanços das políticas públicas que cobram muito esforço da sociedade para conservar a maior floresta tropical do planeta.
E mais que a escolha de uma cidade amazônica como sede pode atrair investimentos para financiar projetos em bioeconomia e exploração sustentável da floresta, que permitam superar o nefasto e persistente ciclo econômico da pecuária extensiva iniciado nos idos de 1970.
[leia mais...]Concessão Florestal elevará riqueza de Apuí no Amazonas
Ainda em 2007 a Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, foi a primeira área coberta por florestas nativas na Amazônia a ser leiloada para exploração por uma indústria madeireira legalmente amparada pelo sistema de Concessão Florestal.
Da Floresta Nacional do Jamari em 2007 até a Floresta Nacional de Jatuarana hoje, a economia florestal na Amazônia demonstra potencial para gerar maior riqueza que aquela obtida pelo desmatamento da pecuária extensiva.
[leia mais...]COP 30 já começou
Em 2015, quando todos os países da ONU, ou melhor, do planeta, assinaram o Acordo de Paris, relatórios seguidos do Painel de Cientistas da ONU, IPCC na sigla em inglês, composto por mais de 3.000 pesquisadores representantes de todos os países membros da ONU, forneceram a comprovação científica para superar o Princípio da Precaução.
Enquanto isso, por aqui os brasileiros e seus representantes políticos, conseguiram aprovar e colocar em prática um arcabouço legal robusto para fomentar a geração de energia elétrica considerada limpa, sem carbono.
Nunca, na história brasileira, se captou tanta energia do sol, dos ventos e da água.
Melhor ainda, mais de 140 usinas hidrelétricas representam quase 70% da energia elétrica distribuída para residências e indústrias.
[leia mais...]Não gostei, ou não entendi Marcel Proust
Discordando de quase tudo que lemos, antes de encarar as quase impossíveis 2.400 páginas, na maravilhosa Wikipédia sobre Marcel Proust e sua única extensa obra “Em Busca do Tempo Perdido”, não conseguimos puxar uma cadeira para o francês sentar ao lado de um dos maiores da literatura portuguesa o nosso incomparável Machado de Assis.
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