Tal como ocorre na Medicina, a Engenharia Florestal vem, há alguns anos, discutindo a necessidade de se instituírem programas de residência, no intuito de preparar o profissional recém-graduado para o cotidiano da profissão.

Ao lidar com os destinos da maior floresta tropical do planeta, o engenheiro florestal que atua na Amazônia se depara com desafios relacionados à exploração manejada da imensa diversidade biológica presente no ecossistema florestal amazônico.

Desafios que aumentam de acordo com a demanda da sociedade e do agravamento da crise ecológica global. Se tradicionalmente o manejo florestal se direcionava para a oferta de uma cesta de produtos como borracha e madeira, agora a floresta também deve oferecer o que desde 1992 se vem denominando de serviços ambientais.

Seja para encontrar soluções para restauração florestal da mata ciliar dos rios – atividade fundamental para garantir-se o abastecimento de água; seja para retirar a fumaça e o carbono da atmosfera, e, assim, purificar-se o ar; seja ainda para impedir que uma espécie, animal ou vegetal, corra risco de extinção, o engenheiro florestal precisa ser mais que um graduado, precisa da experiência e discernimento que a residência pode propiciar.

Fruto de um esforço institucional único, a Residência Florestal do Acre logrou reunir o Governo do Estado, a Universidade Federal do Paraná e a Universidade Federal do Acre, em um programa que irá introduzir no mercado de trabalho, em 2012, um total de 20 profissionais.

Financiado com recursos oriundos do Fundo Amazônia (gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES), e incorporados ao orçamento estadual por meio do Fundo Estadual de Florestas, o Programa de Residência Florestal está estruturado em duas ações prioritárias: contato profissional em expediente de trabalho permanente por 12 meses; e uma especialização modular em Gestão Empresarial.

Não há dúvida que essa metodologia da formação em serviço – que associa, por um lado, a orientação de um professor do curso de Engenharia Florestal da UFAC com grau de mestrado ou doutorado, na condição de preceptor, e por outro, a experiência prática dos profissionais que já se encontram inseridos no mercado de trabalho – fornece aos residentes a bagagem necessária para enfrentar a complexidade que a região amazônica adjudica ao exercício da profissão.

A expectativa dos envolvidos na execução do programa, desde a formação da primeira turma, em 2008, é a de que futuramente novas turmas de residentes venham a ser constituídas em função da demanda de algum agente econômico ou setor específico da sociedade.

Simples assim. Se uma empresa, ou um grupo de empresas tem interesse em contratar engenheiros florestais, pode ajustar com a UFAC a realização de um programa de residência, ao final do qual terá condições de eleger os profissionais mais capacitados para as vagas.

Para os empreendedores, duas vantagens justificam a formação de uma turma de residentes. Em primeiro lugar, no período de 12 meses de duração do programa, a empresa terá à sua disposição, sem vínculo de emprego – já que se trata de bolsistas da respectiva residência -, os serviços prestados por engenheiros florestais formados.

A segunda vantagem é ainda mais significativa. Somente quem lida com a rotina de administrar e viabilizar um empreendimento empresarial conhece as dificuldades para selecionar e manter um time profissional de primeira qualidade. A residência facultará ao empregador um prazo de 12 meses, no qual poderá avaliar, durante o expediente de trabalho, o profissional a ser contratado.

E o mais importante, afinal: por via da residência, a sociedade poderá contar com um profissional melhor qualificado para o gerenciamento de nossas florestas.

Que venham, então, os residentes.

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