É bem provável que os impactos que a décima quinta Conferência das Partes, conhecida pela sigla Cop15, da Convenção do Clima, aquela assinada pelos países durante a reunião da Organização das Nações Unidas ocorrida no Rio de Janeiro em 1992, trará ao cotidiano das pessoas seja, no futuro, motivo de muitos estudos para os historiadores.

A expectativa com relação ao que acontecerá em dezembro de 2009 em Copenhague, na Dinamarca, é bem superior ao que se esperou da reunião de Estocolmo, em 1972, da Eco 92, em 1992, da Rio mais 5, em 1997 e da Rio mais 10, em 2002, que tiveram como um dos principais resultados o Protocolo de Quioto. Foi esse acordo internacional, que obrigou, praticamente, todos os países do mundo a se comprometeram com a redução do lançamento de CO2 na atmosfera.

E as razões para tamanha expectativa são deveras compreensíveis. Ocorre que, se enquanto na série de reuniões anteriores, vez ou outra, os mais preocupados tiveram que apelar ao Princípio da Precaução, para convencer os mais progressistas e, por isso, incrédulos, agora não há mais dúvidas: o planeta esta esquentando de maneira perigosa.

Mais que isso. O Prêmio Nobel da Paz em 2008, reconheceu, simultaneamente, o esforço do ex vice-presidente americano Al Gore em alertar o mundo acerca da emergência do tema e o trabalho do grupo de mais de três mil cientistas que fazem parte do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, IPCC da sigla inglesa, cujo relatório, continha conclusões estarrecedoras: o mundo esta aquecendo, esse aquecimento trará prejuízos ecológicos imensuráveis e, o mais grave, a culpa é nossa.

E mais. Um ano antes da premiação do Nobel, um estudo encomendado pelo Governo da Inglaterra, havia causado impacto fulminante no seio do capitalismo. Economistas renomados concluíram que a quebradeira, no mercado e nas empresas, advinda do aquecimento do planeta seria muito superior à quebra da bolsa de valores americana, em 1929.

Para se ter uma idéia, a indústria do turismo, uma das mais poderosas e rentáveis, terá que assistir impassível a alagação e destruição de sua estrutura de hotéis, espalhados nos litorais, mundo afora.

A expectativa com os resultados da Cop 15 dessa vez não se limita aos, sempre ansiosos por mudanças, ambientalistas. A preocupação é generalizada e a cobrança por ações enérgicas e rápidas vem de quase todos os setores da sociedade.

Acontece que os empresários estão preocupados com a sustentabilidade de suas empresas, da mesma forma que os ecologistas estão certos de que o planeta não agüenta esse modelo de produção. É dessa confluência de opiniões que deverá surgir uma nova base econômica: a economia de baixo carbono.

Nesse ambiente propício para tomada de decisões concretas, os países não poderão chegar na Cop 15 sem metas ou, ainda, com metas tímidas para reduzir a quantidade de fumaça que colocam na atmosfera. Não haverá espaços para jogos políticos e de cena, com simples palavras. A emergência é real.

Tão real, quanto os dois alvos principais das emissões de carbono: a geração de energia e os desmatamentos. Em ambos os casos, os países terão que se comprometer com novas fontes energéticas (elétrica e de combustível para veículos) e com o fim da destruição de todo tipo de floresta.

Para Amazônia irá emergir da Cop 15 uma oportunidade única. Afinal, novamente em ambos os casos, o ecossistema florestal assume importância econômica, ambiental e social proeminente.

O certo é que a economia de baixo carbono depende do ecossistema florestal, esse, sim, o ativo mais importante que a Amazônia possui.

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