Depois de Rondônia, onde a Floresta Nacional, Flona, do Jamari em 2009 se tornou a primeira área de florestas públicas a ser colocada para exploração por empresas, sob o regime de Concessão Florestal, chegou a vez do Pará experimentar os benefícios de uma exploração de madeira, legalizada, planejada e, o melhor, praticada segundo as mais avançadas técnicas de manejo florestal.

Aos poucos, infelizmente bem aos poucos ainda já que o procedimento administrativo deveria ser mais célere, o que parecia ser impossível vai sendo demonstrado na prática. Afinal poucos, muitos poucos mesmo, acreditavam na possibilidade técnica, econômica, social e ecológica da exploração florestal de madeira na Amazônia. Mas em breve, não haverá mais dúvidas.

Acontece que a exploração de madeira na Amazônia, depois que saiu da várzea em direção à terra firme, ainda na década de 1970, se viu cercada de uma série de exigências, ampliadas ano após ano, burocráticas para sua legalização. Um rol proibitivo de regras que culminaram com o famigerado e, muitas vezes equivocado, processo de licenciamento ambiental.

Como os empresários, por várias razões, fugiam do licenciamento ambiental para exploração de madeira, o emprego da tecnologia do manejo florestal não acontecia. Por outro lado, como os ambientalistas, em especial os que polulam em órgãos oficiais de monitoramento e controle, se amarravam ao licenciamento ambiental como se fosse o remédio para todos os males, o que é ingênuo demais, o procedimento de licenciamento do manejo florestal ficava cada vez pior.

Ou seja, como ocorre sempre que o bom senso costuma ser deixado de lado, o empresário partia para conseguir madeira de qualquer jeito para não ter que fechar seu empreendimento, o que, como conseqüência indesejável para todos, criaria desemprego e redução da dinâmica econômica em municípios com frágeis economias.

No entanto conseguir madeira de todo jeito não era, na maioria das vezes, operar na clandestinidade, à noite, à surdina e assim por diante, como alguns ativistas ambientais pouco familiarizados com a realidade adoram esbravejar. Pelo contrário, era explorar madeira dentro da legalidade, todavia sem a menor preocupação com a manutenção do estoque, ou melhor, com o futuro.

Se tratava de uma exploração legalizada com os planos de exploração, um procedimento cheio de contradições, que permite explorar madeira sem licenciamento ambiental desde que o dono da área afirme que irá criar gado.

Tudo isso parece que terá enfim, um final. Com as Concessões Florestais o ciclo do faz de contas para exploração de madeira se encerrará. Inicia-se agora o período onde a técnica irá superar o ativismo e o amadorismo existente em ambos os lados.

Somente permanecerá no mercado o empresário que tiver seguro sua oferta de madeira. Somente os que comprovarem que praticam o manejo florestal, como o exigido nas Concessões Florestais.

Com a Flona de Sacará-Taquera mais um novo ciclo se inicia no Pará. Faltam ainda a primeira Concessão Florestal do Acre (Flona do Macauã), do Amapá, de Roraima e assim por diante.

Falta mais: uma Reserva Extrativista funcionando sob concessão florestal.

No Pará as empresas pagarão no mínimo 2,8 milhões por ano para serem divididos entre o governo federal, estadual e municipal. Todos vão ganhar e o mais importante mesmo é que a dinâmica econômica local vai aumentar.

Uma economia ancorada no ecossistema florestal a na capacidade para manejá-lo dos que vivem em seu interior, as duas maiores vantagens competitivas da Amazônia.

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