Período de duração: de 2008 até o presente

 

Contextualização do projeto

No ponto mais importante para a manutenção das características ecológicas de sua imensa bacia hidrográfica, ou seja, no trecho da cabeceira (que, para efeito do projeto, vai da nascente próximo à fronteira do Peru com o município de Santa Rosa do Purus no Acre, até a foz do tributário rio Iaco), o rio Purus corta, transversalmente, o território do Acre.

É nesse trecho que o Purus se forma e se consolida como um dos mais expressivo tributários do rio Amazonas – por sua vez, um dos mais importantes rios do mundo.

A degradação dessa extensa área de influência das cabeceiras significa o comprometimento das bacias hidrográficas localizadas a jusante. Ocorre que, com a conclusão, em 2011, do asfaltamento da rodovia BR 364, no sentido Rio Branco/Cruzeiro do Sul (outra fronteira com o Peru), o vetor de ocupação produtiva do Acre assumiu um novo eixo, em direção às novas áreas de consolidação da pecuária bovina.

 

Resumo

O projeto atua em quatro diretrizes principais:

(a) Inventário florestal e diagnóstico das características da mata ciliar ao longo do percurso do Purus na área de influência da sua cabeceira, no território do Acre;

(b) Mapeamento dos trechos críticos de desmatamento e degradação da mata ciliar, que exigem restauração florestal;

(c) Definição de lista de espécies florestais endêmicas da mata ciliar por município para uso em projetos de restauração florestal da mata ciliar;

(d) Estabelecimento de sistema fenológico para a produção de sementes e mudas das 20 espécies florestais selecionadas.

 

Para saber mais sobre o Ciliar Cabeceira do Purus, acessar:

http://ciliarcabeceirasdopurus.blogspot.com.br/

 

Livro “Ciliar Cabeceira: mata ciliar no rio Purus”

 ISBN: 978-85-919419-0-2

 

Sobre o conteúdo do livro

Originado na execução do projeto homônimo financiado pelo CNPq, o livro teve o propósito de registrar essa inusitada experiência. Os estudos se realizaram na área de influência da cabeceira do rio Purus, que inclui os municípios de Sena Madureira (a partir da foz do rio Iaco), Manuel Urbano e Santa Rosa do Purus.

Tomando-se por referência a experiência adquirida na execução do projeto Ciliar Só-Rio Acre, que analisou em pormenores a composição e situação atual da mata ciliar presente nos 8 municípios cortados pelo rio Acre, foi possível a aprovação e execução, por um conjunto de instituições, do projeto Ciliar Cabeceira do Purus.

Esse livro, enfim, discute dois estudos principais realizados na mata ciliar presente na área de influência da cabeceira do rio Purus. O primeiro mapeou por satélite uma extensa faixa de 2 km de largura de cada margem do rio; o segundo analisou a composição e o tipo de floresta existente nessa faixa.

O livro é dividido em cinco capítulos apresentadas logo depois de um sumário executivo, elaborado para aqueles que preferem uma leitura rápida.

No primeiro capítulo são discutidas as impressões da equipe que participou da expedição de reconhecimento ao rio Purus. Durante um período de 10 dias, o seleto grupo de pesquisadores percorreu o trecho do rio Purus que vai da foz do rio Iaco, em Sena Madureira, até a sede administrativa da cidade de Manoel Urbano.

Considerado o trecho com maior na ocupação antrópica, uma vez que o desmatamento no sentido da nascente até o município de Santa Rosa do Purus é deveras inferior, os pesquisadores se assustaram com a predominância da pecuária nessa região e com a variedade de transporte fluvial destinado às trocas comerciais envolvendo a criação de gado.

No segundo capítulo são descritos os resultados do mapeamento da ação antrópica e o inventário florestal da mata ciliar, além dos achados que cada um possibilitou, como no caso do cálculo do novo indicador IVI-Mata Ciliar.

O terceiro capítulo trata de algumas ações de extensão florestal levadas a cabo com objetivo principal de envolver os residentes nos 3 municípios no tema da conservação da mata ciliar do rio Purus.

O quarto capítulo descreve o que se chamou de “Manual do IVI-Mata Ciliar”, contendo um conjunto de procedimentos para o cálculo do indicador e, por conseguinte, a obtenção de uma lista de espécies florestais a serem empregadas em projetos de restauração florestal da mata ciliar.

Finalmente, no quinto e derradeiro capítulo são apresentadas, a título de contribuição para os que se interessarem em estruturar grupos de pesquisas sobre a mata ciliar em rios amazônicos.

Diante da incômoda lacuna de informação sobre mata ciliar, tema negligenciado inclusive quando da elaboração do Zoneamento Econômico e Ecológico do Acre, o livro chega em momento oportuno, fornecendo pistas sobre a importância da mata ciliar dos rios amazônicos.

Esse, sem dúvida, o maior legado da obra.

 

Artigos abordando os temas mata ciliar e/ou Projeto Ciliar Cabeceira do Purus

  1. Ampliar a resiliência dos rios é o caminho
  2. Resistência pública e resiliência dos rios
  3. Da relação entre mata ciliar e equilíbrio hidrológico
  4. Interação floresta e água na Esec Rio Acre
  5. IVI-Mata Ciliar para restauração florestal de rios
  6. Por uma Lei Municipal da Mata Ciliar
  7. Na alagação, sobra água ou sobra chuva?
  8. Sobre cheias e alagações
  9. Sobre água, chuva, alagação e barrancos
  10. Depois do Rio Madeira apartar, será a vez do Purus
  11. Restaurar mata ciliar é prioridade
  12. Florestas precisam de nova institucionalidade
  13. Reconhecendo o Purus
  14. Ciência nacional defende ampliar mata ciliar
  15. Inventário florestal descreve a mata ciliar
  16. Um punhado de florestas a menos
  17. Ciliar Só-Rio conclui pesquisas na mata ciliar
  18. Vereadores de Porto Acre discutem Ciliar Só-Rio
  19. Bolsa verde chega à mata ciliar
  20. Mata Ciliar não é Reserva Legal
  21. Fartura na Amazônia: chegaram as cheias
  22. E se o rio Acre apartar?
  23. Código Florestal: sobre rios temporários e acordos
  24. Parlamentares insanos aprovam fim da mata ciliar
  25. Sobre a alagação de 2012 na várzea do rio Amazonas
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