Os avanços obtidos em direção a um mundo mais sustentável estão relacionados à capacidade da humanidade fazer uma leitura concreta, aquela que pode ser compreendida pela população, do que viria a ser o que se convencionou chamar, desde 1992, de Desenvolvimento Sustentável.

É provável que essa leitura concreta tenha sido finalmente alcançada, após os países associados à Organização das Nações Unidas, a ONU, aceitarem como fato o que os especialistas de todo mundo viam, há tempos, alertando: o planeta esta em processo de aquecimento perigoso, além do normal, o que poderá falir a economia em condições bem mais catastróficas que a quebra da bolsa americana, nos idos da década de 1920.

Uma leitura mais concreta que essa.

Que a responsabilidade por esse processo de aquecimento era da própria humanidade. Ou seja, com o padrão de consumo baseado na premissa de que o petróleo não acabaria nunca, estruturou-se uma lista de itens, incluindo produtos e serviços, para atender a demanda da sociedade, que o planeta pode não conseguir mais, no médio prazo, ofertar.

Uma leitura, da sustentabilidade, ainda mais concreta.

Que a conseqüência, confirmada pela ciência, originada nesse padrão perdulário de consumo, mais visível e perigosa estava vinculada à quantidade, bem elevada diga-se, de fumaça, ou gases, colocados na atmosfera pelos caminhões, pelo desmatamento das florestas e pelas indústrias, por exemplo.

E que o gás presente na fumaça, que tem maior contribuição para a mudança do clima é o CO2, ou gás carbônico, devido, sobretudo, à quantidade produzida e o seu tempo de permanência no céu. CO2 é combinação de Carbono e Oxigênio.

Daí para frente a leitura da sustentabilidade ficou muito mais concreta.

Trata-se, a partir de agora, de reduzir o uso de matéria-prima e de processos industriais que sejam intensivos em carbono. Uma redução que somente será possível por dois caminhos. Primeiro promovendo inovações tecnológicas em processos industriais e, segundo, ampliando o emprego de matéria-prima cujo balanço entre carbono emitido para e retirado da atmosfera seja zero ou muito pequeno.

A leitura mais concreta até então já realizada dos ideais de Desenvolvimento Sustentável ou de sustentabilidade chamou isso de Economia de Baixo Carbono e é aí que uma matéria-prima, consumida desde os tempos remotos e que vem sofrendo com preconceitos ano após ano, ganha nova importância: a madeira.

Quer seja oriunda de florestas plantadas para fins específicos como: produzir papel, móveis, carvão, dormentes e outros; quer seja manejada em florestas nativas para atender mercados variados, a madeira passa a ser uma matéria-prima chave para a Economia de Baixo Carbono.

Dos mercados atendidos pela madeira, o da construção de casas é, provavelmente, o mais interessante para sustentabilidade. Várias razões poderiam ser apontadas para isso, mas, as mais importantes, são aquelas relacionadas à substituição de uma quantidade enorme de jazidas (a construção em alvenaria usa cimento, tijolo e areia, jazidas que além de acabar um dia produzem muito carbono e não são renováveis) e ao simples fato de que madeira é, praticamente, 100% de carbono puro.

O mundo discute atualmente os benefícios esperados com a imensa quantidade de carbono, que seriam imobilizados, com habitações em madeira.

Um novo ciclo de construção em madeira vai começar. Afinal, ao invés de estar no céu, o carbono estará preso nas paredes de madeira das casas das pessoas.

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