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Reitor eleito é absurdo

Ecio Rodrigues & Aurisa Paiva, 13/05/2018

Nada mais fácil de demonstrar, bastaria analisar o currículo e a atuação dos reitores eleitos em mais de 60 universidades federais nos últimos 30 anos, para chegar a uma conclusão óbvia: em sua imensa maioria, não possuem perfil como gestores públicos, tampouco como pesquisadores.

Assumindo que a afirmação acerca da inépcia administrativa e científica dos reitores configura evidência comprovada, sem embargo da dificuldade para encontrar estudos nessa temática, restaria investigar onde está o problema.

Adicionalmente, há que se considerar também que tanto no corpo docente das universidades federais como fora delas existem pessoas capacitadas, num e noutro quesito (gerencial e cientifico), que poderiam contribuir de maneira mais qualificada para os serviços que as instituições públicas de ensino superior oferecem à sociedade.

Respondendo à questão posta acima, o problema é que a eleição de reitor, que ocorre nos mesmos moldes (leia-se: da mesma forma irrelevante e vulgar) de uma eleição de sindicato ou de diretório estudantil, caducou ainda na década de 1990.

Os que cursaram a universidade durante o período do regime militar certamente consideram a eleição uma conquista da qual não se pode abrir mão.

Para esse pessoal, trata-se verdadeiramente de uma convicção, e as razões são mais do que compreensíveis. Afinal, para não ter que acatar uma indicação vinda de um subalterno de capitão que era ordenança de general, o caminho encontrado foi reivindicar que a escolha ocorresse entre os pares da própria universidade.

Já houve época em que os candidatos não precisavam sequer atuar como docentes – na condição de servidor, inclusive, as chances de se eleger eram até maiores.

E até pouco tempo, não se exigia dos candidatos o título de doutor. Sem intenção de menosprezar ou desmerecer quem quer que seja, imagine um servidor graduado atuando como reitor e tomando decisões relacionadas a pesquisas científicas que por sua vez requerem elevada qualificação…

Também vem desse tempo a insignificante discussão acerca da ponderação do voto de cada segmento de eleitores. Debateu-se em demasia e houve muita briga para aprovar uma legislação (minha nossa, quando se pensa que foi preciso uma lei!) definindo que o voto do professor equivale a 70% do total; o voto do servidor, a 15%; e o dos alunos, a outros 15%.

Quantas vezes se gritaram nos campus universitários que cada professor “vale” por quase 5 alunos e 5 servidores?

E ainda tem quem discuta se essa proporcionalidade deve ser aplicada em relação ao universo de eleitores ou sobre a quantidade de votos depositada nas urnas. Parece loucura?

Chegou-se, inúmeras vezes, à populista e promíscua proposta de eleições diretas e universais, com votos de alunos, servidores e professores valendo o mesmo peso. Nas universidades em que essa balburdia aconteceu, os professores fugiram do processo eleitoral.

Eternamente insatisfeita com os resultados de uma eleição que escolhe um reitor que nem é gestor nem pesquisador, a comunidade acadêmica se perde no equívoco de querer mudar o processo eleitoral, ao invés de se livrar dele.

Nada mais tacanho que formar chapa e fazer campanha em eleição para reitor e vice.

Embora os parlamentares receiem mexer com as universidades, a verdade é que passou da hora.

 

Sobre o cluster de castanha de Riberalta

30/12/2018

Durante a segunda metade do século passado, a produção de castanha-da-amazônia juntamente com a de borracha formavam o binômio responsável pela renda dos extrativistas. Porém, a decadência da produção de borracha fez ampliar o desmatamento, acarretando a destruição de castanhais. O investimento no gado, em detrimento da produção florestal, passou a marcar a realidade do extrativismo na Amazônia brasileira, enquanto o oposto aconteceu no cluster de castanha em Riberalta, na Bolívia. O futuro dirá quem acertou.

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Em 2018, política ambiental avança e aproxima Amazônia da sustentabilidade

23/12/2018

Incansáveis, os ambientalistas amigos do governo anterior embarcaram na tese, equivocada, de que desde 2106 vem ocorrendo retrocesso na política nacional de meio ambiente. Sustentam a tese do retrocesso com outras premissas inusitadas, entre as quais a que pressupõe que a regularização fundiária das propriedades na Amazônia aumenta o desmatamento. Além de não existir nenhuma comprovação estatística a respeito da correlação entre titulação e desmatamento, o bom senso indica o contrário: com a segurança jurídica trazida pelo reconhecimento do domínio, os proprietários de direito podem ser responsabilizados perante as normas ambientais. O próximo passo será calcular separadamente, na medição da taxa anual, o desmatamento legalizado e o realizado de forma ilegal.

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Desmatamento na Amazônia em 2018 constrange país na COP 24

16/12/2018

Ainda que não tenha sido considerado muito elevado, o aumento de 14% na taxa de desmatamento da Amazônia preocupa, pois pode significar a retomada da tendência de alta observada desde 2012. A postura do novo governo brasileiro, que vai assumir no próximo mês, tem causado apreensão, principalmente depois que o Brasil se recusou a sediar a COP 25, que acontecerá em 2019. Os países parecem assustados com a possibilidade de não honrarmos os compromissos firmados no Acordo de Paris. A associação entre aumento na destruição florestal na Amazônia e indiferença pelo Acordo de Paris poderá levar os nossos parceiros comerciais a rever as regras mantidas com o Brasil. Tempos difíceis estão por vir.

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Desmatamento absurdo desacredita governo do Acre na Polônia

09/12/2018

A partir de 1988, o conceituado Inpe passou a medir o desmatamento na Amazônia; desde então, os governos estaduais ficaram sem margem para manobrar os dados, como faziam antes. Dessa forma, quando o Inpe divulga que o desmatamento no Acre aumentou 83%, não adiantam tergiversações e subterfúgios: todos os 197 países que firmaram o Acordo de Paris reconhecem a precisão dessas estatísticas. Aos gestores públicos, só resta assumir sua incapacidade para chegar a algum tipo de solução e deixar o problema para o governo que assume em 2019. Triste assim!

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Desmatamento explode no Acre em 2018

02/12/2018

Surpreendente é o mínimo que se pode afirmar a respeito da taxa de 83% de aumento do desmatamento computada no Acre em 2018. Explicar essa absurda ampliação, em que pese a leve recuperação da crise econômica de 2014, exigirá muito esforço. A análise da dinâmica do desmatamento no Acre, a despeito de ser tarefa complexa, pode ajudar a prever a tendência para toda a Amazônia. O Acre é um excelente laboratório para estudo do desmatamento, por pelo menos 3 razões: (a) formou um grupo político contrário ao desmatamento que ocupou o poder nos últimos 20 anos; (b) aprovou lei estadual do zoneamento ecológico-econômico ainda em 2007; e (c) instituiu e extinguiu a primeira e única secretaria estadual para o tema das florestas, na Amazônia.

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Contrabando de castanha para Bolívia não existe

25/11/2018

Sem conseguir fazer do lado de cá o que os bolivianos fizeram do lado de lá – isto é, organizar um cluster exemplar, destinado à compra, transporte, descascamento e secagem da castanha-do-brasil para exportação –, os gestores públicos, no Acre e em Rondônia, deixam-se entreter com os boatos em torno da ocorrência de um suposto contrabando do produto para a Bolívia. A preocupação com o improvável contrabando distrai do problema real, a saber, a substituição dos castanhais pelas pastagens e, por conseguinte, a diminuição da importância da castanha na economia regional.

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Política Florestal fracassou no Acre

18/11/2018

Por um lado, ampliar a importância da produção de madeira na composição do PIB estadual e, por outro, reduzir e até zerar o desmatamento anual para criação de boi – essas eram as duas principais diretrizes da Política Florestal instituída no Acre em 2001. Passados quase 20 anos, não há dúvida: a política florestal fracassou. As estatísticas demonstram o aumento da importância econômica da pecuária e a persistência da taxa anual de desmatamento. Claro que a extinção da Secretaria Estadual de Florestas em 2012 contribuiu para agravar esse quadro.

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Início da safra de castanha aquecerá economia no Acre e Bolívia

11/11/2018

Reiterados estudos demonstram a importância econômica da castanheira para a região de fronteira entre o Acre e a Bolívia. Os extrativistas que coletam os ouriços e comercializam a castanha-da-amazônia (antes chamada de castanha-do-pará ou castanha-do-brasil) praticamente dobram a renda anual de suas colocações em apenas 4 meses de safra. Para obter melhores preços, os produtores do Acre, onde se localizam os castanhais mais produtivos, preferem vender as amêndoas aos bolivianos, que detêm as indústrias de beneficiamento mais equipadas. Nessa região de fronteira, boa parte dos produtos comercializados é transportada em canoas, já que o rio Acre demarca a divisa entre os dois países. A ampliação da participação da castanha-da-amazônia na frágil economia do Acre deveria ser estimulada. Esquecer que produtores e compradores estão na fronteira e exigir o cumprimento da excessiva burocracia aplicada à importação e exportação de produtos não ajuda.

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Talheres e canudos de plástico banidos na Europa

04/11/2018

De maneira ousada, o Parlamento da União Europeia aprovou legislação impondo a substituição do plástico por madeira e papelão na fabricação de canudos, cotonetes e talheres descartáveis. A iniciativa, amparada pelo Acordo de Paris – o mais expressivo pacto mundial voltado para a superação da crise ecológica decorrente do aquecimento do planeta –, é de extremo interesse para a Amazônia. Com efeito, além de ampliar o espectro de uso dos produtos oriundos da biodiversidade florestal, promove a competitividade no âmbito de uma futura economia de baixo carbono.

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A vocação florestal do Acre

28/10/2018

Dar impulso ao agronegócio é medida de consenso apontada pelos políticos para tirar o Acre da letargia econômica que vem se arrastando há mais de 30 anos. Contudo, não é tão simples assim. Mais de 40% do território estadual abriga unidades de conservação, principalmente reservas extrativistas – onde o agronegócio (entendido como o cultivo de grãos e capim) é proibido pela legislação. “Leis são mutáveis”, dirão os defensores do agronegócio. São mesmo, mas, nesse caso, o desgaste político costuma ser muito alto: a saída está na exploração da biodiversidade, por meio do manejo florestal comunitário.

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Taxar desmatamento aumentaria valor da floresta na Amazônia

21/10/2018

Desde o início da década de 1980, ou seja, há quase 40 anos, a sociedade amazônica se vê às voltas com a decisão entre desmatar mais ou menos a floresta – acreditando no equívoco de que uma e outra significam mais riqueza ou mais pobreza, respectivamente. Ciscando sobre o caminho e sem conseguir avançar, esquecemos que a determinação de zerar o desmatamento, o legal e o ilegal, é um imperativo planetário. Quer dizer, os países que compram soja e carne do Brasil são os mesmos a nos cobrar a fatura do desmatamento. A responsabilidade pela conservação da maior floresta tropical do mundo é nossa, não pode ser terceirizada.

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Conama elegerá organizações ambientalistas para biênio 2019-2021

14/10/2018

Foi aberto no último dia 08/10 o sistema de votação para escolha das organizações ambientalistas que vão participar do Conselho Nacional de Meio Ambiente, Conama, no biênio 2019/2021. O momento é mais que oportuno para mostrar que a preocupação com meio ambiente mobiliza a sociedade civil, e que os brasileiros reconhecem o papel crucial das Resoluções do Conama para a conservação da floresta na Amazônia e para garantir o cumprimento dos compromissos assumidos perante o Acordo de Paris. Todo retrocesso no aparato institucional nacional para meio ambiente pode ser muito perigoso. Por isso, é importante a participação massiva das entidades ambientalistas.

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Desmatamento na Amazônia não é pauta política

07/10/2018

Faz tempo que quem vive na Amazônia convive com o eterno dilema entre conservar a floresta ou desmatar para criar boi. Em alguns estados amazônicos, em especial no Acre, ambas as alternativas moldaram grupos políticos que conseguiram resultados eleitorais longevos. Todavia, atualmente, a saída pela floresta foi esquecida – e todos, sem exceção, defendem a pecuária. Mas os amazônidas podem votar pela floresta e alterar essa realidade.

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Preocupa-se com o rio Acre? Vote por ele

30/09/2018

É difícil de acreditar que durante o ciclo da borracha, quando a Amazônia detinha o monopólio da produção de látex e exportava o produto para o resto do mundo, navios de grande calado navegavam pelo rio Acre, transportando cargas e pessoas. De lá para cá, o rio se transformou em motivo recorrente de preocupação, ora por secar demais e ameaçar o abastecimento urbano, ora por encher demais e alagar. Medidas emergenciais de política pública estão com atraso de, no mínimo, 10 anos. O futuro governo, que vai assumir a partir de janeiro de 2019, não poderá, por suposto, persistir na omissão.

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A Era do Zoneamento passou, igual a tudo no Acre

23/09/2018

De todas as soluções que pregam a associação entre a produção rural e a conservação da floresta no Acre, o Zoneamento Ecológico-Econômico foi a que mais criou expectativas e, na mesma medida, a que mais frustrou. Afinal, a possibilidade de, por meio de pesquisas, descobrir a vocação produtiva de uma região, acordar essa vocação técnica com os produtores e concretizá-la pela ação dos gestores públicos mexeu com o imaginário de todos. Infelizmente, a realidade mostrou que os governos não estavam preparados para contrariar a força política da criação de boi.

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Acre em chamas

16/09/2018

No próximo sábado, dia 22 de setembro, começa a primavera. Quem mora no Acre, a despeito da dificuldade em perceber a mudança de estação, torce para que as chuvas cheguem mais cedo e ponham fim às queimadas que todos os anos fazem insuportável a vida por aqui. Não precisava ser assim. Com algum bom senso e alguma competência da gestão pública, as queimadas poderiam ser banidas do território estadual, sem que a irrisória produção agropecuária ficasse comprometida.

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Universidades federais são inaptas para gerenciar museus e hospitais

09/09/2018

Jornalistas que não conseguem entender o básico sobre Administração Pública correram em busca de evidências para culpar o governo federal pelo incêndio que destruiu as instalações do Museu Nacional. Não encontraram. O orçamento da Universidade Federal do Rio de Janeiro, instituição responsável pelo gerenciamento do museu, aumentou mesmo depois da crise de 2015. Seria normal, por suposto, questionar a capacidade institucional da universidade, que ainda elege reitores, para administrar um museu. Mais cômodo e fácil, embora muito injusto, é responsabilizar o governo.

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Enfim, adeus, Eletroacre!

02/09/2018

Os mais velhos devem se lembrar que, no Brasil, até meados da década de 1990, a linha telefônica era patrimônio declarado no imposto de renda. E ter um telefone em casa era privilégio de poucos, a maioria da população dependia dos escassos e precários orelhões. Essa distorção ocorria porque o setor de telefonia era estatizado: havia quase 30 estatais – além de uma empresa nacional, cada estado tinha a sua. Todas, obviamente, administradas por gestores indicados por políticos. Nos dias de hoje, o setor elétrico ainda é mais ou menos assim, um gigante falido, ineficiente – e estatizado. A privatização da Eletroacre foi um grande avanço. Agora falta privatizar a Eletrobras e suprimir as amarras que impedem a prestação de um serviço eficaz à sociedade e a criação de mais empregos no campo da geração e distribuição de energia elétrica.

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Do Acre a Arica

26/08/2018

Quem sai de Rio Branco e chega até Arica, no Chile, passa por uma flutuação de altitude impressionante: a viagem começa em 143 metros, chega a 4.800 metros nos Andes e termina no nível do mar, no Oceano Pacífico, depois de um percurso de cerca de 1.500 km. Impressionante também é a paisagem desértica de Arica, a região de maior potencial mundial para geração de energia solar, bem como os vales distribuídos entre as montanhas, que são irrigados para o cultivo de oliveiras graças à engenhosidade dos agrônomos chilenos.

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Censo agropecuário comprova fracasso do ZEE no Acre

19/08/2018

Dados oficiais do censo agropecuário efetuado pelo IBGE não deixam dúvida quanto à consolidação da criação de boi no Acre e à retração expressiva da atividade florestal. No primeiro caso, significa conviver com taxas anuais de desmatamento e queimadas; no segundo, que o discurso da conservação da floresta e adequação do desenvolvimento à sustentabilidade era só para alemão ver (já que foram os alemães os principais financiadores do ZEE). Em ambos os casos, o fracasso do Zoneamento Ecológico-Econômico é mais que evidente, a despeito do investimento milionário realizado. Uma pena.

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Pesquisa comprova: desmatamento causa seca e alagação na Amazônia

12/08/2018

O estabelecimento da relação existente entre o desmatamento da floresta na Amazônia e o comprometimento do ciclo hidrológico da região representa um esforço de pesquisa que precisa ser levado adiante por instituições como Inpa e Embrapa. Ocorre que, se a importância da mata ciliar para a vazão de rios e igarapés foi comprovada em farta literatura, o papel das florestas para manter a quantidade da água que circula em âmbito local ainda carece de informações. Mas uma coisa é certa: o desmatamento para a criação de boi, além das florestas, retira da Amazônia uma expressiva reserva de água.

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Do Acre a Puno

05/08/2018

Com a conclusão da pavimentação – exemplar, diga-se – da rodovia interoceânica que liga o Acre ao Peru pela brasileira Odebrecht, tornou-se possível chegar a Puno para conhecer o deslumbrante Lago Titicaca. Sem dúvida, uma experiência inesquecível e, para os brasileiros, um alerta de urbanidade, já que o Peru não é referência nesse quesito.

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Queimadas no Acre superam média de 20 anos

29/07/2018

Sem uma atuação decisiva dos órgãos públicos responsáveis pelo monitoramento e controle das queimadas, a tragédia será inevitável. Não adianta jogar a culpa na chuva que não vem, ou na alteração do clima causada pela industrialização dos países desenvolvidos. Em respeito ao povo, o governo deve assumir uma medida de gestão pública responsável e suspender o licenciamento das queimadas em todo o território estadual. Imediatamente.

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Japão constrói prédios de madeira, enquanto gado se alastra no Acre

22/07/2018

Só por meio da elaboração e implantação de políticas públicas é possível promover a vocação produtiva de uma determinada região. Por efeito da política pública, os americanos criaram o Vale do Silício, o maior cluster de informática do mundo. Também graças à política pública, os japoneses vão construir um prédio de 70 andares, todo em madeira, em plena Tóquio. E foi devido à política pública que, mesmo dispondo da exuberante diversidade presente na floresta amazônica, o Acre se tornou (proporcionalmente) um dos maiores criadores de boi do país. Cada um com seu rumo. E com sua política pública.

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Privatizar a Petrobras antes do fim do motor a diesel é decisão estratégica

15/07/2018

Os partidos de esquerda costumam gritar contra qualquer privatização, embora demonstrem profunda incompetência no gerenciamento de empresas estatais. Com a Petrobras não foi diferente. Depois de o uso político se tornar corriqueiro durante cerca de 13 anos, a estatal quebrou, legando prejuízos astronômicos aos brasileiros. Contudo, para além desse diagnóstico, que foi reiterado pela grande maioria dos especialistas, dois fatos devem ser considerados na discussão sobre o futuro da empresa: o fim do motor a diesel e a chegada do motor elétrico. Diante dessas duas constatações, a privatização da Petrobras é questão de estratégia.

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Fim da Natex evidencia descaso com política florestal no Acre

08/07/2018

No Brasil, a esquerda demonstra grande dificuldade na condução de empresas estatais – embora, paradoxalmente, grite contra qualquer tipo de privatização. Exemplos dessa contradição pululam país afora, e no Acre não seria diferente. Lamentavelmente, a desativação da fábrica de preservativos Natex, em Xapuri, traz comprometimentos graves para a já frágil política florestal estadual. Pelo jeito, a “solução econômica pela floresta” ainda vai demorar.

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ICMBio acorda, segue São Paulo e privatiza gestão em parques nacionais

01/07/2018

Existe uma discussão interminável no âmbito do Ministério do Meio Ambiente em relação à conveniência/inconveniência da privatização da gestão das unidades de conservação. Ao que parece, uma boa parcela de técnicos acredita na possibilidade de algum governo, algum dia, sob algum grau de eficiência, alcançar sucesso no gerenciamento dessas áreas – muito embora todas as estatísticas, em mais de 40 anos de gestão estatal, demonstrem o contrário. Na verdade, no mundo inteiro, a privatização dos serviços ofertados em parques nacionais apresenta excelentes resultados; contudo, por aqui, as concessões esbarram numa resistência insana, incutida sobretudo por políticos de esquerda. Agora, porém, tudo indica que a coisa vai avançar!

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A guerra de canudos do Rio

24/06/2018

Substituir, na fabricação de produtos, matérias-primas à base de petróleo (em especial PVC e plástico) por matérias-primas renováveis é a chave para a sustentabilidade do planeta. Iniciativas como a dos vereadores cariocas, que aprovaram legislação para banir canudinhos de plástico, substituindo-os pelos de papelão, contribuem para ampliar as áreas de florestas plantadas, num ciclo virtuoso que gera renda e aquece a economia de baixo carbono. É o tipo de medida que deve ser copiada, pois é tudo de bom.

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O Fundo de Compensação Ambiental e a Amazônia

17/06/2018

Previsto no art. 36 da Lei 9.985/2000 (que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação), o mecanismo da compensação ambiental impõe uma obrigação financeira a grandes obras e empreendimentos (como é o caso das hidrelétricas), a título de reparação, e de acordo com o que preceitua o princípio do poluidor/pagador. Todavia, muito embora a Lei do Snuc tenha entrado em vigor há quase 20 anos, somente agora, por iniciativa do governo federal, foi criado um fundo para a integralização e destinação desses recursos, que hoje somam mais de 1 bilhão de reais.

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Será mesmo? A maioria é mesmo contra a privatização da Petrobras?

10/06/2018

Entre as conclusões tiradas do triste episódio protagonizado pelos caminhoneiros, com o apoio oportunista de políticos de esquerda, sempre obcecados em desestabilizar o governo e sabotar o país, uma coisa é certa: passou da hora de privatizar a Petrobras. Sempre despreparada e pautada pela desinformação, a imprensa “descobriu” que a empresa não é apenas estatal, mas de economia mista, e que por isso teria priorizado dar lucro para multinacionais do petróleo(!); ainda, que a Petrobras deteria o controle do preço do diesel (veja bem, de uma commodity, cujo preço é definido pelo mercado internacional!). Na verdade, poucos se dão conta do óbvio: petroleiras não podem ser estatais, porque commodities não podem se submeter ao populismo político. Simples assim.

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Diesel subsidiado influenciará desmatamento na Amazônia

03/06/2018

Inacreditável que uma categoria de trabalhadores utilize, como meio de protesto, o bloqueio do sagrado direito de ir e vir e o desabastecimento do país. Os caminhoneiros passaram em muito do limite, todavia, foram abraçados por políticos populistas e jornalistas irresponsáveis, que, no afã de culpar o governo, não se preocupam com o conteúdo de nenhum problema. Mais uma vez, a sociedade vai pagar a conta.

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Mais uma chance para as reservas extrativistas

27/05/2018

Passados quase 30 anos da criação das primeiras reservas extrativistas na Amazônia, constata-se que a expectativa relacionada à consolidação de uma ocupação produtiva alternativa à criação de boi ainda não se concretizou. Por meio da exploração de uma ampla diversidade de produtos florestais, acreditava-se que os extrativistas poderiam obter renda de maneira permanente, tal como ocorreu nos ciclos econômicos das drogas do sertão, do cacau nativo, da borracha e, mais recentemente, da madeira. Ledo engano. A alteração da realidade assentada na pecuária se mostrou uma tarefa muito difícil de ser consumada.

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O fim do motor a diesel

20/05/2018

Quem já teve a oportunidade de manusear uma simples bomba d’água tem noção da diferença abismal que separa o motor elétrico do motor a combustão. É indiscutível, dessa maneira, que o fim do motor a combustão significará o desaparecimento de uma série de ocupações e empreendimentos. Justamente por conta das implicações sociais e econômicas que trará à humanidade, o carro elétrico pode ser considerado uma revolução. E a primeira vítima dessa revolução já tem seus dias contados: o motor a diesel.

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Pelo desmatamento zero na Amazônia

06/05/2018

O compromisso de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia, assumido pelo governo federal em 2015, perante o Acordo de Paris, perde todo o sentido diante do reconhecimento de que o problema, de fato, reside no desmatamento legalizado, que é amparado pelo Código Florestal. Com a consolidação do Arco do Desmatamento, já não existe demanda por novos desmatamentos na Amazônia. Capitaneado pelo Greenpeace, o “Projeto de Lei do Desmatamento Zero” angariou mais de 1,4 milhão de assinaturas. Uma proposta que precisa ser apoiada!

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Governo federal comprará apenas madeira manejada

29/04/2018

Com a entrada em vigor do Dec. 9.178/2017, a partir de maio próximo os órgãos do governo federal serão obrigados a priorizar, nas compras de mobiliário e outros artefatos de madeira, produtos fabricados com madeira explorada sob a técnica do manejo florestal. Trata-se de iniciativa ousada, que exigiu alteração na Lei de Licitações em ano eleitoral e numa época de moralismo insano. As florestas manejadas ganham competitividade, para fazer frente à criação de boi. Somente dessa forma o desmatamento legalizado poderá ser zerado na Amazônia.

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Coletânea “Da Floresta: 100 artigos” chega às livrarias

22/04/2018

Não existe estatística oficial que comprove a ocorrência de grilagem na Amazônia. Tampouco existe estatística demonstrando um processo rotineiro e perdulário de biopirataria ou saque das riquezas presentes na floresta amazônica por outros países. De outra banda, as unidades de conservação devem dinamizar a economia amazônica, como laboratórios de uma ocupação produtiva que supere a criação boi. Para aqueles que apreciam polêmicas e um jeito inusual de interpretá-las na realidade da Amazônia, o livro “Da Floresta: 100 Artigos” é oportuno e proveitoso.

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As unidades de conservação da Amazônia e os parques de São Paulo

15/04/2018

Privatizar o gerenciamento não é o mesmo que privatizar o espaço público. Buscando uma saída para a eterna incapacidade estatal de gerenciamento, a Prefeitura de São Paulo pretende passar à iniciativa privada (empresas e organizações da sociedade civil) a administração dos parques municipais. Garantir o acesso público a um ambiente seguro e conservado: esse é o objetivo maior. Ideologias não podem justificar a incapacidade dos governos. Simples assim.

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Privatizar gestão não é privatizar espaço público

08/04/2018

Do Acre ao Rio Grande do Sul, o abandono de parques urbanos é praticamente uma regra. Situação pior é a das praças e mercados municipais, que não raro chegam ao ponto de causar asco. Privatizar a gestão parece ser uma opção ao fracasso generalizado da administração estatal. A experiência da cidade de São Paulo com a privatização do gerenciamento do Parque do Ibirapuera servirá de laboratório para todo o país, no sentido de demonstrar a possibilidade de privatizar a gestão sem privatizar o espaço público. É esperar para ver.

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Evolução da produção madeireira no Acre

01/04/2018

A proposição de uma política florestal de segunda geração deveria ser ponto-chave dos planos de governo dos candidatos nas eleições de 2018 no Acre. Aprovada ainda em 2001, a política florestal em vigor perdeu a validade com relação ao seu principal propósito: promover a produção de madeira manejada. A nova política deve se voltar agora para a organização de um cluster florestal, com ênfase na produção de água, ar, sementes florestais e fauna silvestre.

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O Desafio de Bonn e a restauração da mata ciliar na Amazônia

25/03/2018

Ainda em 2011, por iniciativa do governo alemão, juntamente com a União Internacional para a Conservação da Natureza, surgiu o Desafio de Bonn, um compromisso internacional destinado à restauração de florestas nativas com função ecológica. Apenas em 2016 o Brasil veio a aderir ao Desafio, tendo se comprometido a restaurar 12 milhões de hectares de florestas, com prioridade para as porções desmatadas de mata ciliar nos rios amazônicos. Por meio do fomento a atividades produtivas adequadas à vocação florestal da região, o Desafio de Bonn promove na Amazônia uma dinâmica econômica alternativa à nefasta criação de boi. Pode ser o começo de uma nova economia de baixo carbono.

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Fórum Mundial da Água começa hoje!

18/03/2018

Brasília vai sediar o evento internacional mais importante sobre política estatal para a conservação da água. Em sua oitava edição, o Fórum Mundial da Água abre espaço para a discussão técnica e política sobre a gestão dos recursos hídricos. Empresas demonstram ao redor do mundo a eficiência da privatização de sistemas de saneamento e distribuição de água, enquanto o gerenciamento estatal não consegue sair do vermelho. De outra banda, a constitucionalidade do Código Florestal brasileiro, decidida pelo Supremo Tribunal Federal, deve levar o debate para o tema da interação entre água e florestas.

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Código Florestal vai ser lei que “pega”?

11/03/2018

Depois de 6 longos anos de espera, o Supremo Tribunal Federal decidiu pela constitucionalidade do Código Florestal aprovado em 2012. Com a segurança jurídica trazida pela decisão, será possível implementar as inovações trazidas pela legislação, e assim avançar na restauração de florestas especiais – como os 12 milhões de hectares de mata ciliar prometidos pelo Brasil no Acordo de Paris.

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Supremo decide: não houve anistia no Código Florestal

04/03/2018

Uma vez que o STF assegurou a constitucionalidade do novo Código Florestal, é hora de seguir em frente e acabar com a gritaria em torno da alegada anistia concedida pela norma aos produtores rurais. Diante da segurança jurídica trazida pela decisão do Supremo, é fundamental pôr em prática, com maior determinação, alguns mecanismos introduzidos pela legislação. É o caso do Cadastro Ambiental Rural e do Programa de Regularização Ambiental – que precisam ser priorizados, já.

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Fórum Mundial da Água reforçará importância das florestas para recursos hídricos

25/02/2018

Ao sediar a 8ª edição do Fórum Mundial da Água, o propósito do Brasil é consolidar sua importância na geopolítica mundial de recursos hídricos. Afinal, os brasileiros são responsáveis por uma das maiores fontes de água potável do planeta: a Amazônia. Rever o Código Florestal para aumentar a quantidade de mata ciliar, nesse momento, seria a demonstração de que o país está à altura dessa responsabilidade.

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Vai de carro do Acre ao Peru? Prepare-se

18/02/2018

Com o asfaltamento da Rodovia Interoceânica, que liga o litoral peruano ao Brasil, o Peru passou a figurar no roteiro de férias dos acreanos – que atravessam a fronteira para conhecer a paisagem de elevadas altitudes que leva ao Pacífico. Embora os viajantes se embalem no clima de aventura, o passeio requer informações nem sempre fáceis de obter. Mas, vale a pena!

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Imprimir voto é retrocesso

11/02/2018

A impressão do voto depositado em urna eletrônica, como querem alguns políticos e jornalistas irresponsáveis, além de importar num custo financeiro absurdo e desnecessário para o país, representa retrocesso político. Afinal, o que se coloca em xeque é a urna eletrônica, uma tecnologia genuinamente nacional, cujo sucesso é mais que comprovado. Por outro lado, uma vez que se admita voto em papel, vai ser muito difícil evitar recontagem, por meio de escrutínio manual. Como se fazia há 20 anos.

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Ainda sobre verdades inconvenientes

04/02/2018

A grande maioria dos intelectuais que de alguma forma chegou a analisar o desenvolvimento da Amazônia defende a exploração econômica da biodiversidade como referência principal para gerar emprego e renda. Sem embargo, a criação de boi avança sobre a mesma biodiversidade, apresentando taxas anuais de desmatamento realizado dentro da legalidade. O pior: sob a condescendência dos mesmos intelectuais. Melhor esquecer.

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Uma verdade amazônica bem inconveniente

28/01/2018

Encontrar rumos para as frágeis economias dos estados amazônicos: esse propósito tem ocupado boa parcela dos pesquisadores que atuam na região. Chegou-se a ter grande expectativa em relação ao zoneamento ecológico-econômico, instrumento amplamente empregado no decorrer da década de 1990. Acreditava-se que a solução estava na delimitação de áreas – uma parte destinada à criação de gado e outra (para compensar os decorrentes estragos ecológicos) destinada à manutenção de porções intocadas de floresta. Ledo engano. A criação de boi se amplia, seja pelo desmatamento ilegal seja pelo legalizado, a despeito da letargia econômica.

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O estágio atual da indústria da madeira no Acre

21/01/2018

Concebida e aprovada ainda em 2001, a política florestal do Acre perdeu a validade. A despeito dos avanços obtidos – como a criação do curso de Engenharia Florestal e a superação do estágio caracterizado pelas ditas serrarias de ramal –, muitos entraves precisam ser superados. Para tanto, é indispensável uma política florestal de segunda geração.

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Biomassa florestal e a cara energia elétrica do Acre

14/01/2018

A produção de energia elétrica por meio da biomassa florestal (ou seja, da queima das sobras da indústria madeireira) configura opção estratégica para o Acre, especialmente por dois motivos. Primeiro, porque possibilitaria a redução de custos de geração num lugar em que a energia elétrica é a mais cara do país. Segundo, porque o emprego da madeira criaria uma nova cadeia produtiva, sob elevado índice de distribuição de renda. Não há razão para que o uso da biomassa florestal não seja realidade no Acre. Infelizmente, não é.

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Amazônia, dois consensos impossíveis

07/01/2018

Enquanto não for possível discutir e firmar consensos sobre os rumos da economia, a Amazônia permanecerá numa estagnação eterna. O desmatamento legalizado se encontra na raiz do problema. Quantos hectares de florestas a sociedade brasileira está disposta a perder, todos os anos, pelo desmatamento ocorrido dentro da legalidade? Essa questão, lamentavelmente, ninguém parece disposto a enfrentar.

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